quinta-feira, 20 de julho de 2023

Opinião :: Ganhei Uma Vida Quando Te Perdi | Raul Minh'alma

Título: Ganhei Uma Vida Quando Te Perdi
Autor: Raul Minh'alma
Editora: Manuscrito
Ano: 2019
 
Comprar: Bertrand | WOOK
 
Sinopse:
Como é que se esquece alguém?
 
Quando Alice decide esquecer Gustavo, depois de este a ter magoado, procura Artur, um homem sábio e misterioso que tem o dom de apagar, temporariamente, as memórias associadas a uma pessoa.

No entanto, Alice estava longe de imaginar as consequências que essa decisão iria trazer para a sua vida, principalmente depois de se apaixonar por Rodrigo.

Agora tinha mais uma difícil decisão em mãos: enfrentar o passado, ou viver este novo amor que, depois de ter apagado parte das suas memórias, poderia não passar de uma mera ilusão…

O autor bestseller Raul Minh’alma, líder dos tops nacionais de vendas, traz-nos um romance arrebatador onde nos explica como fazer de um fim um novo começo e de uma perda uma grande conquista.
 
Opinião:
Antes de mais, na altura escolhi este livro para ler por achar que me iria tirar de uma ressaca literária, mas o que aconteceu foi que arrastei a leitura deste livro por quase cinco meses e sinto-me envergonhada por isso. Não só porque o livro tem pouco mais de 300 páginas, mas também por ser uma leitura leve e impactante. Mas há alturas em que não se deve forçar o que não se apetece fazer, e foi isso que aconteceu.

Este livro apresenta-nos Alice, uma jovem prestes a tornar-se farmacêutica, que sofre de um problema amoroso e deseja qualquer coisa que a ajude a esquecer Gustavo, o rapaz por quem está apaixonada. Para isso, recorre a Artur, um senhor mais velho, que tem o dom de fazer esquecer memórias de alguém momentaneamente, e então Alice acaba por aceitar passar por esse processo.

Perante o sofrimento, aquele esquecimento é o ideal, pois faz com que Alice continue a viver sem pensar em Gustavo, mas a longo prazo ela viverá numa ilusão cada vez mais difícil de reverter. As coisas complicam-se quando conhece Rodrigo, empregado de Artur, e pelo qual se vai apaixonar.

O enredo está muito bem desenvolvido. Há romance e mistério, misturados com peripécias e descobertas. Notei que o livro está repleto de conselhos para se conseguir ultrapassar vários problemas, não só amorosos, mas também da vida.

O mistério aborda essencialmente o caso de Alice, ao tentar descobrir o seu desenlace, mas também existe algo na vida de Artur que vai trazer muito suspense à história. Suspense esse que vai existir até ao final do livro.

A história tem tudo para ter um final clichê, mas eu fiquei surpreendida com o seu final. Por essa razão, fiquei a gostar mais do livro do que eu pensava que iria gostar. Em vez de cinco meses, tê-lo-ia lido em pouquíssimos dias!

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Aquisição :: "A Carta"

Viva! Tenho andado bastante ausente deste meu cantinho e admito que não tenho lido quase nada ultimamente... Comecei um novo trabalho e tenho andado mais cansada e desgastada psicologicamente. No entanto, o gosto pelos livros continua cá (apesar de estar um pouco adormecido).

Tinha este livro para mostrar, que comprei na Feira do Livro em Évora, que decorreu de dia 15 a 25 de Abril. Numa escapadinha que fiz ao Alentejo, foi uma coincidência ter descoberto esta feira, logo no dia de abertura! Fiz questão de percorrer todas as barraquinhas e acabei por comprar o livro A Carta, de Sarah Blake. Fiquei bastante interessada na sinopse deste livro e decidi, então, trazê-lo. É também uma recordação dessa escapadinha e de Évora! 😊
 
Título: A Carta
Autora: Sarah Blake
Editora: Casa das Letras
Ano: 2011
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
1940. A França rendeu-se. As bombas caem sobre Londres. Roosevelt promete que não vai mandar os americanos lutar em «guerras estrangeiras». Mas a radialista americana Frankie Bard, a primeira mulher a fazer emissões radiofónicas da blitzkrieg em Londres, quer apenas levar a guerra até casa. A voz de Frankie crepita através do Oceano Atlântico, implorando a atenção dos ouvintes. Enquanto isso, em Franklin, Massachusetts, Iris James ouve as emissões radiofónicas e sabe que é apenas uma questão de tempo até a guerra chegar às margens da sua terra. Responsável pelo correio, Iris acredita que o seu trabalho é entregar e guardar os segredos das pessoas. E um dos segredos que ela guarda são os seus sentimentos por Harry Vale, que vigia diariamente o mar, procurando em vão os submarinos alemães que com certeza virão. A ouvir Frankie estão também Will e Emma Fitch, o médico da povoação e a sua mulher, ambos a tentarem escapar a uma infância frágil e a forjar um futuro mais risonho. Quando Will segue o canto da sereia de Frankie até à guerra, os piores receios de Emma tornam-se realidade. Will parte para Londres e as vidas das três mulheres entrelaçam-se.

Alternando entre uma América ainda resguardada no casulo da sua incapacidade em compreender o perigo próximo e uma Europa a ser dilacerada pela guerra,
A Carta traz-nos duas mulheres que se descobrem incapazes de entregar correspondência, e uma terceira mulher desesperada por uma carta, mas com medo de a receber. A Carta, de Sarah Blake, mostra como podemos suportar o facto de a guerra prosseguir à nossa volta enquanto a vida do dia-a-dia continua. Um romance extraordinário cheio de paralelismos surpreendentes com os dias de hoje.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Opinião :: A Casa Alemã | Annette Hess

Título: A Casa Alemã
Autora: Annette Hess
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2020
Comprar: Bertrand | WOOK
 
Sinopse:
No final da guerra, Frankfurt era uma ruína fumegante, severamente castigada pelos bombardeamentos aliados. Passados vinte anos, as antigas ruas esburacadas da cidade deram lugar a novas e arejadas avenidas. As lojas modernas ocupam os espaços outrora atulhados de escombros.
 
Para Eva Bruhn, de 24 anos, a Segunda Guerra Mundial não passa de uma recordação nublosa da infância. Com o noivo Jürgen Schoormann sonha iniciar uma nova etapa na sua vida. Porém, tudo muda quando, no julgamento dos responsáveis pelo campo de concentração de Auschwitz, um investigador americano, David Miller, a contrata para traduzir as entrevistas das vítimas.

Os pais de Eva, donos do restaurante que dá título ao livro, opõem-se a este trabalho, mas a insaciável curiosidade de Eva leva-a a aceitar o desafio. Enquanto ouve os depoimentos, não pode deixar de pensar na sua família.

Porque é que os pais nunca falam do tempo da guerra?
E porque é que o seu noivo se nega a ser confrontado com o passado?

Uma história apaixonante, baseada em factos reais, pela voz de uma jovem tradutora alemã que, ao ouvir os horrores impensáveis de Auschwitz, se confronta com a história da sua família e do seu país.
 
Opinião:
Tinha este livro por ler há algum tempo e já ponderara várias vezes pegar nele, e foi no final de 2022 que finalmente o comecei a ler. Sim, estive praticamente três meses a ler este livro, com bastantes interregnos pelo meio. Ando numa onda de fraca vontade para ler...

A história passa-se cerca de 20 anos depois da Segunda Guerra Mundial, numa altura em que se avança com julgamentos dos responsáveis pelo campo de concentração de Auschwitz. A protagonista, Eva Bruhns, é contratada como tradutora dos depoimentos das vítimas e é confrontada com os crimes chocantes que então aconteceram.

Eva, que na altura da Guerra era uma criança, tem vagas memórias desse tempo, mas com o avançar das descobertas que vai fazendo, começa a associar certas memórias e questionando a família sobre o que aconteceu também com eles. No meio do choque, Eva também sente desilusão e arrependimento.

Gostei de ler este livro. Traz um relato diferente do que costumo ler sobre o assunto, passando também numa época posterior, mas igualmente forte em conteúdo histórico. Não obstante, também inclui romance e algum drama à mistura. Apesar disso, dou três estrelas ao livro por não me ter feito sentir tão absorvida pela leitura como já me senti com outros livros (o tempo arrastado de leitura também não deve ter ajudado), mas não deixa de ser um bom livro muito interessante de ler.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Pilha de livros :: Lidos em 2022

 
Viva! Janeiro já vai avançado mas ainda não tinha trazido ao blogue o meu balanço de leituras de 2022.

Tal como 2021, propus-me a ler vinte livros, mas ao contrário desse ano em que só completei a leitura de dezanove, este ano atingi o objectivo. No geral, foram boas leituras e houve espaço também para livros infantis. Respeitei os meus ritmos de leitura, sem me preocupar com a quantidade, mas sim com a qualidade e com o que me dava gosto ler no momento – que é como todas as leituras devem ser!

Assim, aqui ficam os links das opiniões dos livros que li em 2022:

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Opinião :: Todo Este Tempo | Mikki Daughtry e Rachel Lippincott

Título: Todo Este Tempo
Autoras: Mikki Daughtry & Rachael Lippincott
Editora: Editorial Presença
Ano: 2021

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Kyle e Kimberly sempre foram o par perfeito… até à noite do baile de finalistas. Kimberly termina tudo com Kyle, e o mundo dele desaba, literalmente. Têm um acidente de carro, Kimberly morre e Kyle, apesar de sobreviver, sofre de uma lesão cerebral. Não há mesmo ninguém que possa compreender o que é viver tudo isto.

Até ao dia em que surge Marley. Marley também está a lidar com uma perda que julga ser culpa sua. E, quando os seus caminhos se cruzam, Kyle vê em Marley tudo o que sente e não consegue dizer.

Kyle e Marley apoiam-se, tentam ultrapassar as suas perdas, e é então que o que sentem um pelo outro começa a mudar, a crescer e a ficar cada vez mais forte. Mas Kyle não consegue parar de pensar que, a qualquer momento, tudo pode desabar outra vez. E a verdade é que pode… e vai acontecer.
 
Opinião:
Todo Este Tempo é um romance jovem que relata temas como a perda e a dor, bem como a descoberta do amor e da vontade de viver perante percalços da vida, de uma forma leve.
 
O livro começa com a discussão entre Kyle e Kimberly, durante o baile de finalistas, que os leva a abandonar e a sofrer um acidente de carro, onde Kimberly morre e Kyle fica com sérios danos.
 
Kyle sente-se culpado e perdido, mas aos poucos vai voltando aos seus hábitos, principalmente quando conhece Marley. É com ela que vai redescobrindo o amor e a força para continuar a viver, uma vez que partilha os mesmos sentimentos e desgostos de Marley.
 
A história, até cerca de meio do livro, é encantadora. É um bonito relato de uma história de amor que se desenvolve numa conjuntura de perda e de tristeza, mas que enaltece a relativização de certos problemas e a entreajuda. Contudo, há uma reviravolta (quem ler o livro, saberá) que suscita várias opiniões aos leitores: ou se gosta, ou se aceita, ou se detesta. Inicialmente, achei uma reviravolta empolgante e fez-me ler mais afincadamente, mas aos poucos fui achando mais confuso, apesar de ter aceitado o desfecho. Se explicasse o porquê, estaria a dar spoilers, por isso deixo a curiosidade para quem ainda não leu o livro.
 
Em suma, foi um livro bom, com uma história fácil de ler e com bons propósitos. Mas, tal como uma das autoras referiu no final, é um conto de fadas, onde existe o amor verdadeiro e cuja história parece, de facto, irreal. Cabe ao leitor escolher se pretende entrar neste mundo da autora e acreditar que, de facto, histórias de amor como esta podem acontecer.