Título: Manhã
Autora: Adília Lopes
Editora: Assírio & Alvim
Ano: 2015
Sinopse:
«Manhã» é o mais recente livro de poemas de Adília Lopes. Começa com uma
epígrafe lapidar de Alexandre O'Neill: «(Pesquisas fazem-se em casa, já
dizia a minha avó, que era escritora)». Infância, memórias, momentos
comoventes, desconcertantes ou paradoxais, como neste poema onde a
autora nos fala de Palavras Caras:
«Em minha casa, detestávamos pessoas bem-falantes, palavras caras. De uma vez, apareceu a prima Maria Lucília a dizer já não sei porquê:
Fiquei muito confrangida.
Passámos a chamar-lhe a confrangida.
Sempre que aparecia alguém na televisão a declamar poesia ou a falar de poesia, desligávamos a televisão.»
«Em minha casa, detestávamos pessoas bem-falantes, palavras caras. De uma vez, apareceu a prima Maria Lucília a dizer já não sei porquê:
Fiquei muito confrangida.
Passámos a chamar-lhe a confrangida.
Sempre que aparecia alguém na televisão a declamar poesia ou a falar de poesia, desligávamos a televisão.»
Opinião:
Os livros de poesia têm despertado em mim um gosto especial que
antigamente não sentia. Tenho tido os livros de poesia como bons corta-sabores entre livros mais pesados ou até curadores de ressacas
literárias. Por esta última razão, decidi ler Manhã.
Este é um livro de poesia extremamente leve, onde Adília Lopes escreve memórias da sua vida de uma forma muito própria. Não conhecia a sua escrita; de início, estranhei um pouco certos poemas – aliás, não lhes chamaria poemas, mas apenas textos soltos –, mas aos poucos os restantes foram-me cativando cada vez mais.
Gostei muito de certas partes. Algumas frases poderiam ter saído da minha boca ou simplesmente terem sido alguns pensamentos meus. Gostei muito da forma como Adília, na altura com cerca de 54 anos, dizia descomprometidamente que pensava como se ainda tivesse 4 anos. Essa forma de pensar trouxe ao livro uma ironia que por vezes me fez sorrir ao ler certas passagens.
Adorei o último texto Ler e estudar, onde Adília fala sobre o que gostava de ler e de como passava os seus tempos livres a estudar e a aprender coisas que, para a maioria dos jovens, não era interessante. Por essa razão, Adília diz que uma psicanalista estúpida lhe disse que ainda não tinha perdido muito tempo. E então, Adília termina desta forma:
Este é um livro de poesia extremamente leve, onde Adília Lopes escreve memórias da sua vida de uma forma muito própria. Não conhecia a sua escrita; de início, estranhei um pouco certos poemas – aliás, não lhes chamaria poemas, mas apenas textos soltos –, mas aos poucos os restantes foram-me cativando cada vez mais.
Gostei muito de certas partes. Algumas frases poderiam ter saído da minha boca ou simplesmente terem sido alguns pensamentos meus. Gostei muito da forma como Adília, na altura com cerca de 54 anos, dizia descomprometidamente que pensava como se ainda tivesse 4 anos. Essa forma de pensar trouxe ao livro uma ironia que por vezes me fez sorrir ao ler certas passagens.
Adorei o último texto Ler e estudar, onde Adília fala sobre o que gostava de ler e de como passava os seus tempos livres a estudar e a aprender coisas que, para a maioria dos jovens, não era interessante. Por essa razão, Adília diz que uma psicanalista estúpida lhe disse que ainda não tinha perdido muito tempo. E então, Adília termina desta forma:
«Não foi por estudar muito e por ler muito que adoeci dos nervos aos 21 anos, foi por viver num ambiente deprimente. O que me valeu foi ter estudado e lido muito. Estudar e ler é quase o melhor que há.»
Gostei muito de ler esta obra e de conhecer esta autora. E esta é uma prova de que os livros de poesia valem muito a pena serem lidos.
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