quarta-feira, 30 de março de 2022

Opinião :: A Holandesa | Ellen Keith

Título: A Holandesa
Autora: Ellen Keith
Editora: Editorial Presença
Ano: 2019

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Sinopse:
Amesterdão, maio de 1943. Ao mesmo tempo que as túlipas florescem, os nazis intensificam a opressão à cidade ocupada e os últimos sinais da resistência holandesa vão sendo eliminados. Marijke de Graaf e o marido são detidos e deportados separadamente para campos de concentração na Alemanha. Em Buchenwald, Marijke é confrontada com uma escolha impiedosa: sujeitar-se aos cruéis trabalhos forçados impostos aos prisioneiros ou – numa tentativa de sobrevivência tornar-se prostituta no bordel do campo.

Do outro lado do arame farpado, Karl Müller, oficial das SS, espera alcançar a glória militar que o seu pai acalenta. Porém, o encontro com Marijke muda radicalmente o seu destino.

Buenos Aires, 1977. Está-se em plena Guerra Suja, num cenário de repressão implacável sobre os dissidentes do regime que vigora então na Argentina. Luciano Wagner está detido numa cela, sem esperança de algum dia escapar ao cativeiro político.

Da Holanda à Alemanha, até à Argentina,
A Holandesa é um romance soberbo que narra a história de três pessoas que partilham um segredo sombrio e que faz um relato impressionante de dois dos regimes mais violentos e repressivos da história moderna.

Um livro que fala de amor, da ténue linha entre o bem e o mal, e da resiliência de pessoas comuns para perseverarem e fazerem o impensável em circunstâncias insólitas.
 
 
Opinião:
Este livro atiçou-me a curiosidade por ser mais um livro acerca da Segunda Guerra Mundial. Além disso, refere também a Guerra Suja na Argentina, em plena ditadura de estado, que aconteceu entre 1976 e 1983, e sobre a qual desconhecia pormenores.

O livro relata três histórias de pessoas distintas: Marijke, uma mulher holandesa, casada, que acaba por ser detida e deportada para Buchenwald, durante a Segunda Guerra; Karl, um oficial das SS, que posteriormente conhece Marijke e desenvolvem um relacionamento mais próximo; e também Luciano, já numa altura posterior, que é vítima da repressão que vigora no seu país. Apenas o relato de Marijke decorre na primeira pessoa; os outros dois são relatados pela autora.

Gostei muito de ler cada uma das histórias, que aparecem intercaladas entre si. Inicialmente, pensei que fosse haver alguma relação entre as três histórias, mas no final constatei que isso não aconteceu. De certa forma, fiquei um pouco desiludida por isso não acontecer e a pensar então em qual seria o propósito de a autora falar de duas pessoas na Segunda Guerra e outra de uma Guerra posterior. Penso que o propósito maior é para mostrar a resiliência das personagens e da coragem que tiveram em cada situação por que passaram.

Senti-me bastante comovida com as histórias. Talvez por estarmos a presenciar uma guerra entre dois países não muito longínquos e a sentir as suas consequências é que achei a leitura um pouco mais pesada (há descrições um bocado explícitas). No entanto, é um livro que se lê muito bem e prende a atenção do leitor.

Recomendo este livro! E gostaria de conhecer mais pormenores sobre a Guerra Suja. Conheces algum livro sobre o assunto?

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