Chegou a aguardada final do Festival da Canção (FC)! Admito: no início
não ouvi as canções com atenção e julguei tudo como sendo fraco ou
mediano, mas afinal os meus ouvidos e a minha vontade não estavam para
lá virados e rebaixei um dos melhores, ou talvez mesmo o melhor Festival
da Canção destes últimos anos! Houve qualidade e variedade de canções,
houve artistas de renome e outros não tão conhecidos, houve bom humor na
apresentação e houve homenagens musicais magníficas. Adorei!
O programa começou com uma introdução musical dos apresentadores alusiva ao Playback de Carlos Paião. Foi muito bom!
Seguidamente,
foram apresentadas as canções finalistas. No cômputo geral, todos se
saíram melhor e tiveram prestações mais elaboradas e com menos
nervosismo, que só ajudou. Continuou a faltar a plateia, mas teve de ser
assim.
Após as actuações, seguiram-se mais homenagens, desta vez
a Carlos do Carmo, com Dino D'Santiago a cantar Os Putos, numa sonoridade bem diferente da original, mas incrível. Também os Clã, o Filipe Sambado e a Cláudia Pascoal revisitaram o disco de 1971 que José Mário Branco e Sérgio Godinho gravaram em Paris. Foram actuações magníficas e eu fiquei encantada especialmente com a última, quando Sérgio Godinho se juntou aos artistas.
Elisa, que venceu o Festival de 2020, também regressou com a canção vencedora, com uma melodia diferente e letra adaptada à nossa nova realidade. Foi emocionante.
No
final, as tão esperadas votações revelaram que quem vai representar
Portugal na Eurovisão serão os The Black Mamba. Penso que não era o mais
desejado para tal, pois não obteve os 12 pontos nem do júri nem do
público, mas eles tinham uma das melhores músicas e é mais do que justo
serem eles a representar o nosso país.
Pela primeira vez, Portugal será representado com uma canção totalmente em inglês. Todo o universo eurovisivo já se manifestou em relação a isso, pois estava a contar com uma canção em português, e muitos portugueses já criticaram esta escolha. No meu caso, fiquei de certa forma contente por levarmos algo diferente do que nos caracteriza à Eurovisão. Nem se coloca a questão da nossa tradição e cultura, pois lá vão os tempos em que o nosso Festival pedia música festivaleira, com fado, pop, guitarra portuguesa e um refrãozinho em inglês só para dar o ar de sua graça no estrangeiro. Sim, a Eurovisão é interessante por mostrar sonoridades diferentes, idiomas distintos e variedade, e agora volta-se tudo para o inglês, mas em Portugal faz-se imensa música em inglês, em francês, em espanhol, que vai do pop ao rock, do fado à electrónica, e tudo isso é bom. Aliás, o que mostra a qualidade do que é português são os artistas, porque a música é universal! E os The Black Mamba são muito bons profissionais, que têm canções muito boas e algumas bem conhecidas.
Do que já ouvi por alto de alguns concorrentes deste ano, as canções são mais do mesmo e penso que não gostei propriamente de nenhuma, mas isso há-de mudar certamente em Maio. Por isso, Portugal vai levar uma óptima canção e irá destacar-se pela qualidade!
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