Título: A Relíquia
Autor: Eça de Queirós
Editora: Círculo de Leitores
Ano: 1993 (1.ª edição de 1887)
Sinopse (retirada da Internet):
Romance saído em folhetins na Gazeta de Notícias, cuja epígrafe
se tornou célebre – "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da
fantasia" – por sintetizar a aliança entre realismo e imaginação,
naturalismo e fantástico, patente na obra.
Da intriga central – a
viagem de Teodorico à Terra Santa, de onde traz, não a relíquia que
prometera à tia beata, mas sim, por lapso, a camisa de dormir de uma
amante – sobressai o sonho ou a viagem no tempo do protagonista, que,
acompanhado pelo seu erudito amigo, Dr. Topsius, assiste à pregação,
julgamento e morte de Jesus.
A obra, que exalta a figura humana
de Cristo, como paradigma de amor e de bondade, foi considerada herética
pelos setores mais conservadores, por questionar a divindade de Cristo.
Opinião:
Desta vez, a minha curiosidade em relação a este livro recaiu sobre o
título; uma vez que esta edição não contém uma sinopse, comecei a
leitura com uma maior sede de descobrir o que era a tal relíquia.
O início do livro agradou-me mais do que esperava: constatei que iria
ser uma história engraçada, apesar das desgraças de Teodorico. No
entanto, uma parte da história foi mais descritiva, nomeadamente o
relato do dia de Páscoa em Jerusalém, e não me cativou muito, o que me
fez abstrair mais da leitura. Fiquei novamente interessada aquando do
culminar do caso: foi quando desvendei a relíquia e conheci o destino de
Teodorico, bem como a moral da história.
No final, achei este livro muito bom, com um grande ensinamento para a
vida: a inutilidade da hipocrisia. Eça de Queirós criou uma história
cativante, utilizando uma escrita formal mas cómica, para abordar a
religião e os comportamentos da sociedade daquele tempo.
Gostei muito de ler o livro e de viajar, tanto no tempo como no espaço;
gostei de ler sobre a viagem a Israel e à Síria e tentei imaginar como
seriam estes países no século XIX (com certeza muito diferentes da
actualidade...).
Uma boa surpresa: recomendo!
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