sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Opinião :: A Mãe Eterna | Betty Milan


Título: A Mãe Eterna
Autora: Betty Milan
Editora: Objectiva
Ano: 2017
 
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Sinopse:
A filha está cansada de ver a mãe definhar, esgotada. Aos 98 anos, com a saúde debilitada, a mãe mal ouve e quase não vê. A filha, que se vê no papel de mãe da própria mãe questiona os médicos, as religiões, tudo. Para quê manter vivo alguém que já não vive?
 
Num relato comovente, em forma de diário, a filha descreve as peripécias do dia-a-dia com a mãe; ao mesmo tempo, este diário é um escape, um desabafo e um apelo à mãe – a mãe imaginária, a que tinha e já não tem, a que lhe lia, que a escutava e acalentava.
 
A mãe que fazia o papel de mãe.
 
Um livro forte, uma reflexão gritante de tão actual, A MÃE ETERNA apresenta-nos um dilema que mói a alma e nos faz questionar a vida, a morte e a relação mãe-filha. 
 
Opinião: 
A Mãe Eterna é um relato emotivo dos últimos momentos de vida da mãe de Betty Milan. Foi com especial carinho que li este diário e conheci estas duas mulheres, que me fizeram recordar as minhas duas avós: também na casa dos 90, definharam assustadoramente rápido e precisaram de especiais cuidados, particularmente a minha avó materna. Tal como a protagonista, esta minha avó foi cuidada por uma das filhas, durante quase três anos, até ao fim. As minhas avós morreram com sete meses de diferença, há cerca de dois anos.
 
Assim, posso dizer que revi a minha tia nestes textos e até na própria autora; senti a angústia e as frustrações, mas ao mesmo tempo o amor mútuo de mãe e filha e a dedicação até ao último segundo de vida. Apesar da sombra da morte estar constantemente presente, este livro é uma forma muito bonita de recordar quem partiu fisicamente mas que permanecerá guardado nos nossos corações.
 
Um livro emocionante que reacende a saudade dos nossos entes já idos. Deveria ser lido por todos.

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