segunda-feira, 21 de junho de 2021

Opinião :: Zalatune | Nuno Gomes Garcia

Título: Zalatune
Autor: Nuno Gomes Garcia
Editora: Manuscrito
Ano: 2021

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Em Ínsula, uma ilha perdida algures no Mediterrâneo, os estrangeiros são inimigos, a procriação é uma missão patriótica (e, por isso, todas as mulheres são obrigadas a ter pelo menos dois filhos), a pena capital foi reinstaurada e a Internet foi substituída por uma Intranet insular.

Naquele que parece ser um regime político verdadeiramente democrático, a vida do primeiro-ministro é acompanhada por câmaras 24 horas por dia, para garantir a total transparência do poder, e são os cidadãos que decidem o futuro do país, sentados no conforto do sofá, através de referendos
online. Em 2034, está na mão dos eleitores dar luz verde à decisão de construir um muro e expulsar de vez todos os imigrantes.

Só que o passado insiste em perseguir-nos e o desígnio traçado trinta anos antes por uma criança está prestes a cumprir-se: as pessoas estão a desaparecer e, para trás, deixam um único rasto, um pedaço de papel onde se lê «Parti para Zalatune». O que está a acontecer? Para onde vão as pessoas que desaparecem? Estará a existência de Ínsula condenada?

Numa trama viciante, Nuno Gomes Garcia apresenta-nos uma história que combina mistério, conspiração política, ódio visceral e ainda um amor proibido entre duas pessoas que deveriam detestar-se. 
 
Opinião:
Não sou fã de distopias, mas este livro chamou-me a atenção pela sua sinopse. Fiquei bastante curiosa para conhecer Zalatune; no entanto, a leitura não me cativou como imaginava.

Não consegui embrenhar-me completamente na história e isso levou a que fizesse maioritariamente uma leitura superficial. Senti-me algumas vezes confusa, pois não conseguia entender algumas das ligações entre as personagens ou associar certos lugares ou situações. Apesar de tudo, penso que percebi a verdadeira mensagem que este livro pretende passar.

O livro é assustadoramente real, na medida em que retrata alguns dos governos que conhecemos e também situações do nosso dia-a-dia. Acho que a primeira imagem que nos vem à cabeça quando lemos o livro é o populismo e a manipulação de Trump, quando era presidente dos Estados Unidos da América. O ideal de um país perfeito e puro, a política do medo, o perigo das tecnologias, ... Tudo isso é abordado neste livro e leva-nos a reflectir bastante sobre o mundo em que hoje estamos.

Fiquei muito desiludida com o facto de não ter percebido, afinal, o que é ou onde fica Zalatune. E o final foi arrepiante para mim...

Apesar de a história decorrer em 2034 – e, se formos a ver, estamos mais próximos do que parece –, esta é muito presente e real.

Aconselho a leitura a quem gostar de distopias e/ou aprecie este tema. Vale a pena para reflectir sobre muitos aspectos, mas para mim não foi um livro que me marcasse tanto como gostaria.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Livro recebido :: "A Livraria dos Finais Felizes"

Viva! Eis o livro que chegou mais recentemente à minha estante: A Livraria dos Finais Felizes, de Jenny Colgan. Curiosamente, tenho outro livro com o mesmo título, que provavelmente devem conhecer, de Katarina Bivald, e cuja opinião podem ler aqui. Espero que este livro me proporcione uma feliz leitura! 😊

Título: A Livraria dos Finais Felizes
Autora: Jenny Colgan
Editora: Edições Chá das Cinco
Ano: 2021

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Nina Redmond é literalmente uma casamenteira. Encontrar o livro perfeito para cada leitor é a sua paixão... e também o seu trabalho. Ou pelo menos era, até a biblioteca pública onde trabalhava fechar as portas.
 
Determinada a encontrar um novo rumo, Nina muda-se para uma pacata vila na Escócia, onde compra uma carrinha e a transforma numa livraria itinerante, viajando pelas Terras Altas e transformando as vidas daqueles com quem se cruza com o poder da literatura.
 
É então que descobre um mundo de aventura, magia e romance num lugar que aos poucos se vai tornando no seu lar… um lugar onde ela poderá escrever o seu final feliz para sempre.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Opinião :: Oitenta, Diário de uma Vida | Ricardo Tomaz Alves

Título: Oitenta, Diário de uma Vida
Autor: Ricardo Tomaz Alves
Editora: Edição de autor
Ano: 2021

Sinopse:
Nestas páginas lemos de forma leve e descontraída a vida de uma menina, de uma jovem e mulher com quem aprendemos lições de vida e sentimos emoções tão verdadeiras como as nossas. Ler este livro é como ler um diário que bem podia ser o das nossas mães ou avós.
 
Opinião:
Acho que posso dizer que este foi, para já, o melhor livro que li de Ricardo Tomaz Alves. Foi também o mais simples e o mais emotivo de ler.

Nesta obra, conhecemos, tal como o título indica, o diário de uma vida, neste caso de Íris, e o relato é feito na primeira pessoa. Nele, acompanhamos a concepção, o crescimento, o trabalho, o envelhecimento e a morte. Numa escrita adequada a cada altura da vida, o autor deixa no papel todas as alegrias, tristezas, angústias e realizações da personagem de uma forma bonita e emotiva.

Muitos poderão questionar: qual a necessidade de se ler um relato que pode ser tão banal sobre uma vida?

Na verdade, não há vidas banais. Cada capítulo representa cada ano de vida e a maioria só ocupa duas páginas incompletas. Mas o certo é que, nelas, revi muitos aspectos da minha vida. Podem não ter sido nos mesmos anos, mas também passei por eles.

Li o livro com uma sensação de nostalgia e sempre com a ideia de que a vida é demasiado breve. Por vezes, temos muitos momentos menos bons que nos levam a questionar muita coisa, mas devemos sempre pensar positivo e tentar levar a vida de ânimo leve, pois de um momento para o outro tudo pode acabar.

Penso também que não devemos comparar a nossa vida com a dos outros. Iris conquistou muitas coisas, mas também teve uma vida complicada durante alguns anos. No entanto, foi vivendo da melhor maneira que pôde e é isso que devemos concluir com este livro.

Parabenizo o autor Ricardo Tomaz Alves pelo óptimo livro que escreveu e espero que seja lido por muita gente, pois é mais do que merecido!