quinta-feira, 28 de maio de 2020

Livro recebido :: "O Carteiro de Auschwitz"

Viva! Recentemente, recebi este livro como presente de aniversário. Trata-se de O Carteiro de Auschwitz, de Joe Rosenblum com David Kohn. Este é um livro que anseio muito ler, pois aborda uma época da História marcante sobre a qual quero conhecer sempre mais.

Título: O Carteiro de Auschwitz
Autor: Joe Rosenblum & David Kohn
Editora: Alma dos Livros
Ano: 2020

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
O Carteiro de Auschwitz é a história verdadeira de um adolescente a quem tentaram roubar a vida e os sonhos. Apanhado no turbilhão do Holocausto, este jovem sobreviveu a uma sequência de dramas tão angustiantes que se torna difícil aceitá-los como factos reais.

Uma confiança inabalável, uma bondade sem limites, um exemplo perfeito de bravura e caráter.

Joe Rosenblum era ainda criança quando assistiu à invasão nazi da sua pequena cidade na Polónia. Foi por pouco que escapou à execução em massa de que foi vítima o irmão. Joe mudou-se primeiro para uma quinta, onde trabalhou, e cujos proprietários o protegeram e o ajudaram a prover o sustento da família durante algum tempo. Depois, viu-se obrigado a refugiar-se junto de ex-prisioneiros russos. a sua inacreditável jornada de sobrevivência começa após ser capturado pelos alemães.

O mensageiro secreto que sobreviveu ao campo de concentração mais terrível da história.

Inteligente, criativo e extremamente pragmático, Joe desafiou a morte, transportou a esperança e deu um exemplo perfeito de humanidade, otimismo e perseverança. com uma bondade sem limites, ele entregou mensagens secretas aos prisioneiros, salvou crianças da câmara de gás e devolveu a luz e a esperança ao coração dos homens num dos períodos mais terríveis da história mundial.

Uma poderosa mensagem de fé e esperança na humanidade.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Música :: Eurovision Shine a Light 2020

Este ano tem sido muito estranho para todos nós. A pandemia mundial surgiu repentinamente e privou-nos de inúmeras actividades, rotinas e necessidades básicas, como um simples passeio à beira-mar sem preocupações. A pandemia veio para ficar e tão cedo não nos iremos livrar dela, a não ser que surja uma cura eficaz dentro de pouco tempo e que todos nós sigamos as regras de segurança e de higiene para nos protegermos a nós e aos outros.

Além das actividades essenciais, também ficámos sem poder desfrutar de momentos de cultura e de diversão, e hoje refiro-me em particular ao Festival da Eurovisão.


Maio é o mês de Maria, do meu aniversário e da Eurovisão. Nasci num dia eurovisivo e, desde que me lembro, assisto ao festival com todo o fervor. Infelizmente, tal como muitos eventos, a Eurovisão foi cancelada, mas todos os participantes e todas as canções tiveram o direito de serem conhecidas e, para isso, houve o Eurovision Shine a Light. A partir de casa de cada participante, cada um cantou Love Shine a Light, canção vencedora em 1997 de Katrina and the Waves, e enviou uma mensagem de esperança.

O programa decorreu no Sábado, dia 16, mas nos dias em que deveriam ter sido as semi-finais, houve dois eventos no YouTube com as canções que deveriam ser ouvidas em cada semi-final.

O Eurovision Shine a Light foi um pequeno consolo para os eurofãs, porque todos os anos esta altura é sempre muito esperada! Contudo, pessoalmente, ficou uma sensação de insatisfação, de poderia ter havido mais... Não é de admirar: cada concorrente teve direito a poucos segundos de canção apresentada e outros tantos para falar, por isso pareceu aquele momento de votação em que só aparece um cheirinho da música e a seguir o cantor/grupo a enviar mensagem para serem votados. Pior ainda: não houve votação nem vencedor! O que é uma Eurovisão sem a adrenalina de saber quem é o vencedor do ano?!

Ainda assim, houve espaço para antigos concorrentes cantarem canções de outros tempos e gostei de recordar certos artistas, mas assim também não destacaram muito os deste ano...


Ao que parece, muitos cantores deste ano já confirmaram presença no próximo ano. Por um lado é bom, pois vê-se o esforço e o desejo de viver a verdadeira Eurovisão, mas certamente não será assim com todos. E aqueles que só se ficaram por este ano? Alguns deles nunca irão ser reconhecidos como concorrentes do ESC, sequer... É verdade que muitos caem no esquecimento, mas este ano vai acabar por ser um hiato na História da Eurovisão.

Sem me alongar na minha tristeza por este ano ser tão irreal, só desejo que para o ano haja finalmente o Festival em Roterdão, pois significa que tudo voltou ao normal ou, pelo menos, melhorou. O essencial é que esta pandemia abrande e acabe por passar. E que todos nós nos mantenhamos em segurança!

terça-feira, 19 de maio de 2020

Opinião :: Voo Nocturno | Antoine de Saint-Exupéry

Título: Voo Nocturno
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Editora: QuidNovi
Ano: 2010 (1.ª edição de 1931)

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Sinopse:
Deste modo regressavam a Buenos Aires, vindos do sul, do oeste e do norte os três aviões da Patagónia, do Chile e do Paraguai. Em Buenos Aires esperava-se a sua carga para dar partida, cerca da meia-noite, ao avião da Europa.
Três pilotos, cada um na parte de trás duma coberta pesada como um batelão, perdidos na noite, meditavam no seu voo e, em direcção à cidade imensa, desceriam lentamente do seu céu de tempestade ou de paz, como estranhos camponeses que descem das suas montanhas.
Rivière, responsável por toda a rede, passeava dum lado para o outro no campo de aviação de Buenos Aires. Permanecia silencioso, pois até à chegada dos três aviões este dia para ele continuava a ser temível...

Opinião:
Numa altura em que as minhas leituras não andam a avançar muito, peguei neste livro com o desejo de ler algo mais pequeno mas que me proporcionasse uma boa leitura.
Esta pequena obra de Saint-Exupéry aborda os voos das companhias de navegação aérea que, nos inícios do século XX, eram efectuados durante a noite. Numa época em que a aviação ainda era recente e estava em constante descoberta, era também o meio de transporte mais rápido e mais temível, sendo que só os mais corajosos tinham a força de o experimentar.
Nesta história, entramos no ambiente da aviação e vamos sentindo todos os receios, "ouvindo" os pensamentos de cada membro das equipas e, no final, lamentar o desaparecimento de um avião.

Para quem não conhece a história do próprio autor, saiba-se que Saint-Exupéry era piloto civil e morreu num acidente de aviação, cujo corpo nunca foi encontrado. Tendo esta paixão pela aviação, algumas das suas obras estão relacionadas com a área e, infelizmente, Voo Nocturno foi quase uma premonição do seu destino.
 
O que mais gostei neste livro foi das reflexões acerca do valor humano e da vida relativamente àquilo que fazemos e nos ocupa a maior parte do tempo. De que vale despendermos tanto tempo a trabalhar e a deixar obra feita, se não dedicarmos tempo ao amor, à felicidade e ao que nos faz bem à alma? Será que damos a verdadeira importância à vida? Será que não olhamos para uma pessoa como só mais um número em vez de uma pessoa com sentimentos, uma família e uma vida?
Este livro é pequeno e é excelente para uma leitura rápida, mas o seu conteúdo é impactante e deixa-nos pensativos.
De leitura obrigatória!

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Divulgação :: 15 (ou quem concebeu o mundo não lia romances) | André Éme

“15 (ou quem concebeu o mundo não lia romances”
Razão e coração? Ou coração e razão?



André não esconde: sempre foi mais próximo das letras. Fez da música um vício e, deste vício, caminho. As estórias foram tomando forma e eis senão quando, em 2019, viu ser lançada a sua primeira obra: “15 (ou quem concebeu o mundo não lia romances”, com chancela Chiado Books. É Carlos Magno quem, ao assinar o prefácio, o revela: André «ameaça mesmo ser o caso mais sério da nova literatura portuguesa da actualidade»

Sinopse:
Razão e coração.

Todos os dias, há milhões de coincidências que não acontecem. Mas as que acontecem ficam gravadas na nossa memória e acabamos por chamar coincidências a acontecimentos que a razão nos diz serem meras probabilidades matemáticas.

A morte do Quinze – uma figura pouco querida, mas familiar – e a reunião improvável de tantas antigas companheiras em torno do seu funeral, leva o narrador a fazer uma viagem dentro de si mesmo, à boleia de um ciúme tardio que o incomoda e envergonha.

Nesse caminho interior desenhado pelas memórias que se vão alinhando, os acasos tendem a ser negados, mas… até a menor probabilidade matemática acaba por poder mudar vidas – afinal, são tantas as ocasiões em que a lógica explica, mas não satisfaz!

Coração e razão.


Biografia
«Sempre fui mais próximo das letras do que dos números, mas foi na música que me viciei desde miúdo, entre o Superego e o Chão Nosso, servindo-me dela para contar as estórias que não coloquei em prosa. As poucas que ganharam forma fora do formato canção, foram escritas para a rádio, já perto do canto do cisne do projeto das emissoras locais. Acabei por me formar em Design e especializei-me em Comunicação e Cultura, ao mesmo tempo que me apaixonei pelo ensino da arte e das tecnologias aos mais novos.
Nasci e cresci em Aveiro, mas continuo a tentar fazer caber o presente na história, onde quer que seja.»

O que diz Carlos Magno
«O André transforma qualquer velório numa passagem de modelos e, neste livro, não há carpideiras nem gatos pintados. Só literatura rápida e torrencial. Carregada de irónica ternura e amarga ironia. (…)
Quanto ao André… esperem só mais um pouco. Ele ameaça mesmo ser o caso mais sério da nova literatura portuguesa da actualidade.»

Sobre a editora
A Chiado Books é uma chancela do Break Media Publishing Group. Trata-se da maior editora do mundo em Língua Portuguesa em volume de obras publicadas. Ao celebrar, em 2020, 12 anos, a Chiado Books confirma que, mais do que uma missão, publicar livros é a paixão que move toda a equipa.

sábado, 2 de maio de 2020

Opinião :: Vitória - De Amor e de Guerra | Luísa Beltrão

Título: Vitória
Autora: Luísa Beltrão
Editora: Manuscrito
Ano: 2016

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Na madrugada de 4 de novembro de 1917, quando faziam exatamente cento e três dias sobre a saída de Vitória de Lisboa, Andrew dava entrada no hospital de Arras. E a vida de Vitória altera-se para sempre.
Desde que entrara no cenário de guerra, onde numa questão de segundos se podia viver ou morrer, ficar louco, cego ou desmembrado, Vitória aprendera que a vida nos conduz, de forma sinuosa, para constantes acasos.
Chegara a França para acompanhar o marido, soldado do contingente português na Primeira Guerra Mundial, deixando para trás os filhos e a família. Um acaso fá-la ingressar no corpo de enfermagem como voluntária num hospital inglês e, por outro acaso, estava de serviço naquela madrugada em que ficou incumbida de cuidar do soldado da cama sete. Um herói de guerra, médico, celebrizado nas trincheiras por salvar vidas.

Luísa Beltrão regressa à escrita com um romance poderoso de amor e de guerra.
Pelos olhos de Vitória vemos passar a calamidade do conflito que assolou a Europa, conhecemos a história de uma família dividida pela guerra; através dos diálogos com Andrew questionamos o sentido da vida e das nossas expectativas. E sentimos a solidão, aquele vazio assustador que antecede a esperança.

Opinião:
Vitória – de Amor e de Guerra é a história de uma linhagem familiar que culmina com o casal Guilherme e Vitória; ele que parte para a guerra em França, e ela que se voluntaria a fazer parte do corpo de enfermagem do hospital inglês em Arras. No meio do terror dos soldados feridos e da morte tão presente, Vitória acaba por ficar a cuidar de um soldado em particular, Andrew. Ali, surge uma amizade e um carinho especial, que os faz falar, conhecer-se e desabafar no pouco tempo que os une.
Além disso, é-nos dada a conhecer a história de família a par da História de Portugal desde o pós Invasões Francesas.

Este livro proporcionou-me sentimentos distintos. De início, e durante a leitura, fiquei um pouco desiludida com a história, além de um pouco confusa. Achava que a relação de Vitória com Andrew fosse ser mais romântica, não pelo sentido da paixão (porque Vitória era casada com um dos soldados), mas pela forte ligação de criaram. Também a história de família ocupou demasiadas páginas, acabando por se centrar mais no crescimento da família do que na guerra. No entanto, mais para o final, a relação entre a conjuntura do país, a guerra e a família de Vitória tornaram o livro mais interessante e emocionante.
Penso que parti para a leitura deste livro numa altura que se pode relacionar com o assunto da obra. Estamos em 2020, em plena guerra contra uma pandemia mundial. Tal como agora, no livro presenciamos uma guerra – a Primeira Guerra Mundial –, seguida pela pneumónica, epidemia que matou milhares de pessoas na altura.

Gostei muito de conhecer mais ao pormenor a História nacional e da visão de Guilherme relativamente ao agradecimento que Portugal fez aos soldados portugueses na guerra, tendo-os elevado a heróis mas sem ter a mínima noção do terror por que eles passaram. Segundo ele, o país deveria sentir vergonha em vez de orgulho.
Além disso, e num contexto mais pessoal, gostei de conhecer a árvore genealógica das personagens. Uma das minhas paixões é a genealogia e, auto-aprendizagem na área, reconheci alguns factos históricos, tal como os nomes que eram tão comuns na época.
Quanto à escrita, foi a primeira vez que li algo de Luísa Beltrão e, de início, tive de me habituar à sua maneira de escrever, mas acabei por o fazer facilmente e gostei muito.
O livro não é propriamente fácil para se ler rapidamente, mas é muito rico em cultura e traz uma história que vale a pena conhecer.