segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Opinião :: Destinos | Jorge Manuel Lucas Alves

Título: Destinos
Autor: Jorge Manuel Lucas Alves
Editora: Chiado Books
Ano: 2019

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Sinopse:
“Desde que o Augusto deixara Lisboa nunca mais tivera notícias dele. Apenas a promessa do soldado em casar com ela, logo que a guerra acabasse, lhe mantinha a esperança. Amava o filho mais velho do Fernando e da Lurdes e este amava-a com loucura. Podia não ter dinheiro, podia não ter propriedades e podia ser um simples soldado, mas, a bela normanda amava aquele homem. Amava aquele homem mas o seu coração não a deixava dormir pela noite. Sabia que o homem que adorava estava de armas na mão e a guerra a qualquer momento podia afastá-lo dela para sempre. A morte aguardava cada soldado em cada esquina. Rara era a noite em que o seu coração dormia descansado. O facto de nada saber dele e, a sempre presente dúvida de que se estaria vivo ou morto, consumiam-na por dentro. E agora, de novo com uma invasão nas mãos, a terceira tentativa francesa, os medos da bonita normanda aumentavam de dia para dia.”

Um romance histórico que nos transporta para os inícios do século XIX e cujas personagens nos vão ajudar a entender melhor aquela época brutal e cruel onde a guerra estava sempre presente nas vidas das pessoas. Nesta obra vai surgir uma história de amor entre um soldado português e uma linda francesa e ambos vão conhecer a crueldade e a violência de uma guerra que nunca antes Portugal enfrentara, a Guerra Peninsular. Entre as páginas, o leitor irá encontrar a amizade, a felicidade, o amor, o sexo, a paixão e os sonhos, mas, também surgirá a crueldade extrema, a violência e a morte. Uma guerra que arrasou todo o reino e marcou a História de Portugal, e de Espanha, para sempre.

Opinião:
Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela editora Chiado Books, à qual agradeço muito.

Esta história decorre no início do século XIX, altura das invasões francesas à Península Ibérica. A par das guerras, o livro conta também o romance de Augusto, um jovem caçador, que passou mais tarde a combater pela independência do país, com uma jovem francesa chamada Juliette, que no início da revolução em França se viu obrigada a fugir do país com o pai, pois já o seu marido tinha sido executado e a sua mãe encarcerada. Mais tarde, Juliette vê também o seu pai ser morto injustamente por ser tomado como espião, e isso fará com que a francesa se queira vingar de quem o tramou.

Quanto às história, gostei particularmente da parte histórica contada sem grandes rodeios, ou seja, foi fácil de compreender. Admito que nunca percebi bem a parte das invasões francesas na História, mas com o livro acabei por perceber mais e melhor. Gostei também de conhecer as vivências das pessoas, que naquela altura sofriam com as constantes guerras. Dá para sentir o clima de tensão e terror das pessoas que viam os combates intermináveis e lhes roubavam os entes mais queridos e os seus poucos bens.

Já a escrita, infelizmente, tinha bastantes gralhas e erros gramaticais e de sintaxe. Há falhas que se toleram, como algumas faltas de acentos, mas há erros que custa ver constantemente e que, a mim, me tiram até alguma concentração, como o "devia de fazer" (sem "de"!), a clássica confusão entre "sse" e "-se" (danças-te?!), e a confusão entre "há" e "à". O livro deveria mesmo ser revisto, pois a história vale a pena ser lida.

Em suma, a história é boa e, para quem gosta de factos históricos e contos de época, este livro é uma boa opção. Contudo, convém ressaltar que existe muito calão - normal entre o povo -, que pode chocar certas pessoas.

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