quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Série :: "Madre Paula"

Quem me conhece, sabe que eu raramente vejo filmes e não sigo quase nenhuma série, mas quando vi os anúncios a Madre Paula decidi que tinha mesmo de ver. Aliás, a história fascinou-me e à minha mãe, por isso fomos duas seguidoras assíduas de todos os episódios!


Para quem não sabe ou não seguir, a série Madre Paula reproduziu a vida da jovem Paula, que foi para o convento de Odivelas e se tornou monja. No entanto, teve um ardente caso amoroso com o rei de Portugal, o magnânimo D. João V. Paula era vista como mais uma amante do rei e todos pensavam que ela iria acabar como todas as outras, mas não foi isso que aconteceu; mesmo sendo um amor proibido, Paula e João estavam perdidamente apaixonados um pelo outro.

Baseada numa história real (literalmente!), a série prendeu-me a ela desde o primeiro momento. Senti uma enorme compaixão por Paula, pois o destino dela foi traçado contra a sua vontade e ela mostrou ser uma mulher de ideias fixas.
 
Quanto a D. João V, já lhe conhecia algumas extravagâncias (li, inclusivamente, um livro relativo ao seu reinado, cuja opinião está aqui), sendo um dos mais famosos reis de Portugal. O Rei-Sol português pareceu-me ser, dos dois, o que mais apaixonado estava, pois fazia tudo por Paula: proporcionou-lhe conforto e à família, obedecia aos seus pedidos e castigava aqueles que lhe faziam ou tentavam fazer mal.
 
Já a rainha Maria Ana de Áustria não me fascinou tanto, talvez devido ao mal que infligia sobre Paula, apesar de compreender o seu lado. Maria Ana não deixou de ser uma mulher traída, mal amada, que se sentia impotente perante as suas obrigações de esposa e rainha.
 
O amor de Paula e João foi o principal e o mais fascinante aspecto da série, mas houve também muitas guerras familiares, intrigas, condenações e traições cometidas, que complementaram toda a história.
 
De notar que a série foi igualmente baseada num romance de Patrícia Müller e, de facto, foi como ler um belo livro histórico.
 
Já agora, simplesmente adorei a música e as imagens do genérico! Acho que serviram que nem uma luva na história! Terei sido a única? 😁
 
Ontem foi transmitido o último episódio e parece que passou num ápice... Mas valeu muito a pena!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Opinião :: Nunca me Esqueças | Lesley Pearse

Título: Nunca me Esqueças
Autora: Lesley Pearse
Editora: Edições ASA
Ano: 2017 (15.ª edição)
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse: 
Naquele que seria o dia mais decisivo da sua vida, Mary – filha de humildes pescadores da Cornualha traçou o seu destino ao roubar um chapéu. O seu castigo: a forca. 
 
A sua única alternativa: recomeçar a vida no outro lado do mundo.  
 
Dividida entre o sonho de começar de novo e o terror de não sobreviver a tão dura viagem, Mary ruma à Austrália, à época uma colónia de condenados. O novo continente revela-se um enorme desafio onde tudo é desconhecido… como desconhecida é a assombrosa sensação de encontrar o grande amor da sua vida. Apaixonada, Mary vai bater-se pelos seus sonhos sem reservas ou hesitações. E a sua luta ficará para sempre inscrita na História.  
 
Inspirada por uma excepcional história verídica, Lesley Pearse a rainha do romance inglês apresenta-nos Mary Broad e, com ela, faz-nos embarcar numa montanha-russa de emoções únicas e inesquecíveis. 
 
Opinião: 
Mais um romance histórico de uma autora que aprecio e que neste livro nos conta a história de Mary Broad, uma jovem mulher que vê o seu destino alterado por causa de um chapéu roubado. Quando já não esperava livrar-se da pena de morte, surgiu a hipótese da deportação para a Nova Gales do Sul (actual Austrália). Assim, acompanhamos todo o seu percurso até lá e conhecemos as suas aventuras que marcarão a sua vida e a História.
 
O livro está repleto de viagens e descobrimentos, mas nem tudo é, literalmente, um mar de rosas, pois Mary e todos os deportados da época viveram em condições desumanas que agora consideramos inconcebíveis. Apesar de tudo, Mary fascina todos com a sua força, determinação e desejo de liberdade que a leva e a um grupo de amigos por mares nunca antes navegados.
 
Sendo uma história baseada em factos reais, criei uma grande empatia com Mary devido à sua resiliência perante as dificuldades, que foram muitas, e à sua aventura pelo mundo. Com este livro, fiquei a conhecer um pouco mais da História mundial, bem como algumas denominações de terras anteriores às que agora conhecemos.


A viagem para a baía de Botany todo o percurso das viagens de Mary Broad
 
Mesmo gostando de relatos sobre viagens, este livro cingiu-se quase só a isso. A meu ver, faltou um pouco de romance, tal como me habituei com esta autora. No entanto, Lesley Pearse menciona no final que também ela gostaria de ter escrito mais, colocando mais aventuras amorosas na vida de Mary. A explicação dada foi compreensível e não me fez gostar menos da história: pelo contrário! Assim constatei o carinho que a personagem deixou em todos os que a conheceram, inclusivamente a autora!
 
O livro não sobe para o topo dos meus livros lidos de Lesley Pearse, mas não deixa de ser um bom livro com uma personagem e história marcantes.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Livro recebido :: "Na Boa!"

Olá! Venho hoje partilhar o mais recente livro que recebi: Na Boa!, de Diogo Faro. Já tinha visto na televisão uma entrevista ao autor a falar sobre esta obra e na altura achei-a bem interessante, pois deve ser um livro cheio de humor (o autor, por si só, já era bem engraçado 😁).
 
Faz sempre falta um livro bem-disposto na nossa estante. Estou desejosa de ler este!

Título: Na Boa!
Autor: Diogo Faro
Editora: A Esfera dos Livros
Ano: 2017
 
Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Ser feliz na Dinamarca e noutros países prósperos é fácil. Com uma boa lareira por perto e um ordenado confortável para se fazer umas viagens aos trópicos duas ou três vezes por ano, quem é que consegue ser infeliz?
 
Já a felicidade em Portugal, onde o salário mínimo é mesmo mínimo, os transportes públicos estão sempre atrasados e é preciso dormir à porta da Segurança Social para se ser atendido, é um assunto intrigante que desperta o fascínio da comunidade científica mundial. É, de facto, um case study que merece ser escrutinado e compreendido em toda a sua profundidade – até porque, segundo sondagens recentes, cerca de 97% dos portugueses são felizes. Porquê? Porque levam a vida, passe a expressão singela, «na boa».
 
Esta é uma das conclusões mais interessantes dos estudos aprofundados que, desde o início do novo milénio, têm sido levados a cabo pelo Instituto Português dos Altos Estudos para a Felicidade (IPAEF), os quais são divulgados pela primeira vez com a publicação desta obra.
 
Numa linguagem rigorosa, mas acessível, o presidente e fundador do IPAEF, Diogo Faro, que tem percorrido o mundo a dissertar sobre este fenómeno em palestras de acesso restrito, explica agora ao grande público o extraordinário segredo da felicidade do povo português. «“Na boa”, “um gajo safa-se”, “claro que se desenrasca isso”, os problemas resolvem-se e a vida leva-se de sorriso na cara», escreve o autor. «Com mais ou menos sobressaltos, descobrimos constantemente maneiras de saltar de nenúfar em nenúfar, mesmo quando à nossa volta tudo é um lago de problemas.»
 
Porque de vez em quando é bom olharmo-nos ao espelho e gostarmos do que vemos, a leitura deste livro fará o leitor sentir-se ainda mais feliz. Por si. Pelo seu país. Por todos nós.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Colecção "Ler Faz Bem" da Revista Visão #9

Viva! Esta semana adquiri o nono exemplar da colecção Ler Faz Bem da Revista Visão. Este mês, a obra é A Morte de Ivan Ilitch, de Lev Tolstoi, um escritor russo do qual já ouvi falar mas nunca lhe conheci os trabalhos. Agora já vou ter a oportunidade de conhecer um deles. 🙂

Título: A Morte de Ivan Ilitch
Autor: Lev Tolstoi
Editora: Cardume Editores
Ano: 2017 (1.ª edição de 1886)
 
Comprar: Bertrand | WOOK
 
Sinopse: 
Uma dor aparentemente insignificante acaba por abalar o quotidiano de Ivan Ilitch, um respeitado juiz de 45 anos cuja principal preocupação é viver de acordo com as convenções sociais do seu meio. A agonia, a incompreensão dos que o rodeiam e, por fim, a proximidade da morte levam Ivan Ilitch a reflectir sobre o seu passado e sobre as suas opções a nível pessoal e profissional. Teria ele passado ao lado do verdadeiro sentido da Vida? Publicada em 1886, a novela A Morte de Ivan Ilitch é considerada uma das obras.primas de Lev Tolstoi.

domingo, 10 de setembro de 2017

Opinião :: Reciclemos o sistema eleitoral! | Luís Humberto Teixeira

Título: Reciclemos o sistema eleitoral!
Autor: Luís Humberto Teixeira
Editora: Edição de autor
Ano: 2003
 
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Sinopse: 
Reciclemos o sistema eleitoral! pretende ser um contributo para a discussão sobre a lei eleitoral para a Assembleia da República. 
 
Neste livro defende-se a implementação de um sistema eleitoral misto que acabe com a influência dos eleitores "fantasma", promova o princípio da igualdade de voto, diminua a distorção entre a percentagem de votos e a de mandatos, contribua para a maior pluralidade do Parlamento e permita testar, de modo simples, a eficácia dos círculos uninominais como forma de aproximação entre eleitores e eleitos. 
 
O título do livro deve-se aos princípios ecológicos do autor, que considera a Redução do desperdício de votos válidos, a Reutilização dos actuais círculos eleitorais e a Reciclagem do sistema eleitoral um novo sopro de credibilidade na vida política portuguesa. 
 
Opinião: 
Este livro trata-se de uma carta aberta ao Presidente da República de então, Jorge Sampaio, propondo uma discussão na Assembleia da República sobre o Sistema Eleitoral português.
 
A política é uma área que está muito presente no nosso quotidiano e da qual todos os cidadãos deveriam estar minimamente a par, para poder, em algum momento, reflectir sobre a mesma; quer a política nacional em vigor seja do nosso agrado ou não, todos devemos contribuir para a sua melhoria. E creio que foi em jeito de contributo que Luís Humberto Teixeira elaborou este trabalho.
 
Admito que nunca me fascinei pela política, mas cumpro o meu dever de eleitora e, desde que o sou, fui compreendendo progressivamente este mundo. Ao ler este livro, percebi que o nosso sistema eleitoral não é perfeito e que é realmente necessária a reciclagem proposta.
 
O autor apresenta um trabalho de pesquisa detalhado, onde esclarece vários aspectos sobre a forma como ocorrem as votações e como os governos são escolhidos e explica os pontos que acha que devem ser revistos.
 
Creio que este ponto de vista é viável e deveria ser realmente discutido na Assembleia da República. Uma vez que, nas recentes eleições, a abstenção tem sido muito elevada, penso que o sistema proposto traria mais confiança aos votantes e, assim, estes tornar-se-iam mais activos, bem como votariam de forma mais justa.
 
Desde já, o meu muito obrigada ao autor Luís Humberto Teixeira pelo exemplar oferecido.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Livro recebido :: "O Prodígio"

Olá! Hoje quero partilhar o novo livro que se juntou à estante: O Prodígio, de Emma Donoghue. Este livro tem uma capa simplesmente fascinante e uma conjugação de cores linda! Além disso, a sinopse cativou-me muito e acho que a história vai ser surpreendente.
 
Quem já leu? O que acham do livro?

Título: O Prodígio
Autora: Emma Donoghue
Editora: Porto Editora
Ano: 2017
 
Comprar: Bertrand | WOOK

 
Sinopse: 
A jovem Anna recusa-se a comer e, apesar disso, sobrevive mês após mês, aparentemente sem graves consequências físicas. Um milagre, dizem. 
 
Mas quando Lib, uma jovem e cética enfermeira, é contratada para vigiar a menina noite e dia, os acontecimentos seguem um diferente rumo: Anna começa a definhar perante a passividade de todos e a impotência de Lib. E assim se adensa o mistério sobre aquela família de agricultores que parece envolta num cenário de mentiras, promessas e segredos. 
 
Prisioneira da linguagem da fé, será Anna, afinal, vítima daqueles que mais ama?

sábado, 2 de setembro de 2017

Opinião :: Síndrome de Antuérpia | João Felgar

Título: Síndrome de Antuérpia
Autor: João Felgar
Editora: Clube do Autor
Ano: 2016

  Comprar: Bertrand | WOOK
 
Sinopse:
No princípio tinha corpo e nome de homem. Depois partiu da aldeia, foi-se embora. Quando voltou era uma mulher, com um nome estranho e um passado de estrela dos palcos. Mas talvez fosse mentira. Por algum tempo foi atração de uma boîte de beira de estrada. Até à noite do incêndio, quando lhe deram o nome de Castiça, e se tornou a tola da aldeia.
 
Anos depois, no primeiro sábado da Quaresma, a Castiça apareceu morta ao fundo da pedreira, trazendo ainda vestida a roupa que usara no corso de Carnaval.
 
Nesse mesmo dia, prenderam Justiniano Alfarro. Seria tudo um logro, um embuste, porque Justiniano era o mais perfeito dos homens. Mas nenhuma voz se levantou quando o levaram, e todos aceitaram a notícia num silêncio cúmplice. Todos, menos as mulheres que o amaram.
 
Antuérpia, sua filha, é uma dessas mulheres. Convencida de que enfrenta um conluio, prepara-se para repor a verdade procurando-a no passado do pai. Mas engana-se, porque a origem de tudo está no futuro da aldeia.
 
Uma aldeia que foi ferida e está doente, mas que não sabe sequer o nome da doença que a atingiu. 
 
Opinião: 
Tive bastante curiosidade em descobrir em que consistia a história deste livro, já que a capa apresenta um grupo de pessoas mascaradas num desfile de Carnaval e um título que me intrigou, não conseguindo imediatamente associar ambos os elementos. Portanto, comecei a leitura com alguma expectativa.
 
De início percebi que a narrativa iria centrar-se mais em duas personagens: Castiça e Antuérpia, sendo que a primeira chocou os habitantes da aldeia ao aparecer morta e a segunda está determinada em descobrir se o pai foi justa ou injustamente acusado de matar Castiça. Seguidamente, fiquei a conhecer a vida dessa aldeia e dos acontecimentos que antecederam ao crime.
 
Como já referi, iniciei o livro com alguma expectativa, mas a meio do mesmo fui perdendo algum interesse, sendo que várias vezes lia mas não prestava muita atenção. Creio que a história não me cativou o suficiente e não criei um grande afecto pelas personagens, mas isso não quer dizer que a história seja má e que não tenha gostado e percebido o caso. Aliás, mais para o fim da leitura, recuperei o interesse e fiquei a entender a história e a sua ligação ao título e à capa, achando-a até bastante inteligente.
 
O que mais gostei na história foi da abordagem à transexualidade através da Castiça; esta foi, talvez, a única personagem que me marcou e pela qual senti maior empatia.
 
Penso que o facto de ser um livro assaz descritivo tornou a minha leitura mais maçadora do que prazerosa. Contudo, posso dizer que foi um livro positivo e, se o lesse de novo, talvez o lesse com mais entusiasmo.