Título: Síndrome de Antuérpia
Autor: João Felgar
Editora: Clube do Autor
Ano: 2016
Sinopse:
No princípio tinha corpo e nome de homem. Depois partiu da
aldeia, foi-se embora. Quando voltou era uma mulher, com um nome
estranho e um passado de estrela dos palcos. Mas talvez fosse mentira.
Por algum tempo foi atração de uma boîte de beira de estrada. Até à
noite do incêndio, quando lhe deram o nome de Castiça, e se tornou a
tola da aldeia.
Anos depois, no primeiro sábado da Quaresma, a Castiça apareceu morta ao fundo da pedreira, trazendo ainda vestida a roupa que usara no corso de Carnaval.
Nesse mesmo dia, prenderam Justiniano Alfarro. Seria tudo um logro, um embuste, porque Justiniano era o mais perfeito dos homens. Mas nenhuma voz se levantou quando o levaram, e todos aceitaram a notícia num silêncio cúmplice. Todos, menos as mulheres que o amaram.
Antuérpia, sua filha, é uma dessas mulheres. Convencida de que enfrenta um conluio, prepara-se para repor a verdade procurando-a no passado do pai. Mas engana-se, porque a origem de tudo está no futuro da aldeia.
Uma aldeia que foi ferida e está doente, mas que não sabe sequer o nome da doença que a atingiu.
Opinião:
Tive bastante curiosidade em descobrir em que consistia a história deste
livro, já que a capa apresenta um grupo de pessoas mascaradas num
desfile de Carnaval e um título que me intrigou, não conseguindo
imediatamente associar ambos os elementos. Portanto, comecei a leitura
com alguma expectativa.
De início percebi que a narrativa iria centrar-se mais em duas
personagens: Castiça e Antuérpia, sendo que a primeira chocou os
habitantes da aldeia ao aparecer morta e a segunda está determinada em
descobrir se o pai foi justa ou injustamente acusado de matar Castiça.
Seguidamente, fiquei a conhecer a vida dessa aldeia e dos acontecimentos
que antecederam ao crime.
Como já referi, iniciei o livro com alguma expectativa, mas a meio do
mesmo fui perdendo algum interesse, sendo que várias vezes lia mas não
prestava muita atenção. Creio que a história não me cativou o suficiente
e não criei um grande afecto pelas personagens, mas isso não quer dizer
que a história seja má e que não tenha gostado e percebido o caso.
Aliás, mais para o fim da leitura, recuperei o interesse e fiquei a
entender a história e a sua ligação ao título e à capa, achando-a até
bastante inteligente.
O que mais gostei na história foi da abordagem à transexualidade
através da Castiça; esta foi, talvez, a única personagem que me marcou e
pela qual senti maior empatia.
Penso que o facto de ser um livro assaz descritivo tornou a minha
leitura mais maçadora do que prazerosa. Contudo, posso dizer que foi um
livro positivo e, se o lesse de novo, talvez o lesse com mais
entusiasmo.
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