Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002 (1.ª edição de 1934)
Sinopse:
Os ratos passaram, sem nenhum sinal de medo, entre os homens que estavam parados ao pé da escada escura. Era escura assim de dia e de noite e subia pelo prédio como um cipó que crescesse no interior do tronco de uma árvore. Havia um cheiro de quarto de defunto, um cheiro de roupa suja, que os homens não sentiam. Também não ligavam aos ratos que subiam e desciam, apostando carreira, desaparecendo na escuridão.
Vermelho e pequenino, um dos homens limpava com a manga da camisa o suor do rosto, que o outro, preto e agigantado, deixava que brilhasse na testa de carvão. O terceiro, cujos dentes salientes davam-lhe um aspecto de cão selvagem, trazia a camisa pregada ao corpo e mastigava um cigarro apagado.
Opinião:
Algum tempo depois, decidi voltar a descobrir as obras de Jorge Amado e desta vez peguei no livro Suor. Este livro foi escrito em 1934 e fala sobre as condições precárias em que o proletariado vivia e na vontade de fazer justiça em relação às diferenças entre eles, os patrões e os ricos. Tendo como plano de fundo um prédio onde vivem centenas de pessoas, o autor apresenta algumas personagens e revela o seu dia-a-dia, as condições de vida, de higiene e de trabalho e também os seus pensamentos e sonhos. Como tem sido hábito nos seus livros, o autor recorre muitas vezes à ironia e ao humor para descrever os problemas que se viviam.
A história está dividida em vários episódios, uma espécie de contos, que falam sobre vários temas. Durante a leitura, recordei-me do livro Cacau, publicado um ano antes, quando se faz referência aos imigrantes em busca de fortuna nas fazendas de cacau. Penso que estes são dois livros que se complementam nas suas ideias, mas ao mesmo tempo são bastante distintos!
É um livro pequeno, agradável e rápido de se ler. É óptimo para conhecer mais sobre a cultura brasileira e até mesmo para pensar um pouco nas críticas sociais que, apesar de serem de há 83 anos, ainda se podem aplicar actualmente...
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