Título: O País do Carnaval
Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002 (1.ª edição de 1930)
Sinopse:
Diante da grandiosidade da natureza, o brasileiro pensou que isto aqui fosse um circo. E virou palhaço...
Este
livro pretende contar a história de um homem que, tendo vivido na velha
França muito tempo, voltou à Pátria disposto a encontrar o sentido da
sua vida.
Conta a sua luta, o seu fracasso. Conta a luta dos seus amigos, rapazes de talento, que falharam na existência.
Este livro é um grito. Quase um pedido de socorro.
É toda uma geração insatisfeita que procura a sua finalidade.
Nós já começamos a luta contra a dúvida. A geração que chega combate as atitudes céticas.
Este
livro narra a vida de homens céticos que, entretanto, procuram uma
finalidade. Tentaram alcançá-la. Uns no amor, outros na religião. O
fracasso das tentativas não é prova da sua inutilidade.
Opinião:
O País do Carnaval foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado,
em 1930. Perante a sinopse desta edição, a minha curiosidade aumentou
exponencialmente. De facto, ao julgar qualquer livro pela capa ou pelo título não
fazemos as melhores conclusões sobre o mesmo. Inicialmente, pensava que este
livro contava uma história que retratasse um Brasil alegre, colorido, de
espírito carnavalesco. No entanto,
quer a sinopse, quer o texto introdutório escrito por Augusto Frederico Schmidt
(uma carta direccionada ao autor), explicam-nos perfeitamente o que vamos encontrar
na obra.
Esta é a
história de um grupo de homens que procura o sentido das suas vidas. Juntos discutem
filosofias, questionam o amor, a política, a escrita e a religião e,
individualmente, tiram as suas conclusões.
A história
está cheia de metáforas e ironias inteligentes. Em quase todo o livro
encontramos diálogos e pensamentos acerca das dúvidas existenciais das
personagens. Por vezes achei um pouco de mais, mas no fim acabei por achá-las
necessárias. A visão de cada um sobre a vida permite-nos reflectir sob
diferentes perspectivas; tal como as personagens, fui assimilando as opiniões e
criando a minha própria ideia acerca do assunto. Gostei desta liberdade de
pensamento e do espírito vanguardista de Jorge Amado.
À parte das
questões filosóficas, existe também algum romance que, parecendo à partida algo
simples e natural, suscitou igualmente muitas dúvidas em algumas personagens.
Mais uma
vez, Jorge Amado faz um retrato da sociedade brasileira da época (que, na
verdade, foi o primeiro) com uma escrita muito simples e característica, à qual
já me habituei e tenho apreciado cada vez mais.
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