sábado, 18 de abril de 2020

Opinião :: Que Sombra Te Acompanha | Tiago Gonçalves

Título: Que Sombra te Acompanha
Autor: Tiago Gonçalves
Editora: Mosaico de Palavras
Ano: 2018

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Todos somos emigrantes, nem que seja só uma vez. Todos deixamos o nosso lugar de origem para vivermos noutro lugar, nem que seja só por algum tempo. Pouco importa se vamos de uma cidade para outra, de um país para outro, ou se apenas de um lugar para outro. Talvez só abandonemos as raízes em que nascemos por outras completamente diferentes. Talvez só emigremos profissionalmente. Pouco importa, as dúvidas acompanham-nos, as questões que colocámos também.
Neste livro acompanhamos um sonhador que partiu à procura do mundo que lá não tinha. Agora ele é uma sombra do que foi, sem a alma de outrora, vivendo confortado com pouco conforto. Nesta tarde, contudo, encontra mais do que procura e do que pediu. Nunca quis, mas hoje revisita a sua vida numa conversa que é mais que um fortuito reencontro.

Opinião:
Ganhei este livro num passatempo e o exemplar foi gentilmente enviado pelo autor directamente de Inglaterra, país onde reside.
O título Que Sombra Te Acompanha sugere-me uma alusão à vida do próprio autor. Na verdade, creio que o é em parte, mas depois de ler o livro fiquei com a noção de que esta obra é sobre todos nós.
As pouco mais de 40 páginas são ricas em reflexões sobre a nossa existência. Nelas, encontramos Alfredo, que regressa à sua terra natal, e por acaso encontra um antigo amigo que lhe pergunta sobre a vida. Nesta conversa, ambos vêem que por vezes os nossos sonhos ficam esquecidos no tempo e que nem sempre nós temos os objectivos de uma vida comum/ ideal.
O livro mostra também que todos nós temos uma sombra que nos acompanha ao longo da vida, sombra essa repleta de alegrias e tristezas, realizações e frustrações, sonhos, vontades e histórias que nos constroem e fazem de nós aquilo que somos.
O livro dá perfeitamente para ser lido de uma vez, mas deve ser lido com calma e atenção. A escrita está muito bem conseguida e é de fácil compreensão. O livro proporciona uma leitura agradável e, no final, deixa-nos a pensar sobre nós. Por isso, deveria ser lido por todos.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Divulgação :: A Humanidade Desgovernada | Luiz Carlos de Andrade

“A Humanidade Desgovernada” reflete sobre dilemas contemporâneos
CHIADO Books lança o livro “A Humanidade Desgovernada” como manifesto a favor do debate sobre onde estamos e para onde queremos ir
Titulo: A Humanidade Desgovernada
Autor: Luiz Carlos de Andrade
Editora: Chiado Books
Ano: 2020

Comprar: Chiado Books

São Paulo, Abril 2020 - Nunca antes na história da humanidade vivemos uma era de mudanças tão rápidas e profundas, a ponto de nos fazerem questionar todos os nossos valores e parâmetros. Temas como ética, poder e solidariedade são diariamente postos à prova nos nossos relacionamentos pessoais, sociais e profissionais. Estas transformações foram o ponto de reflexão e partida para o livro “A Humanidade Desgovernada”, de Luiz Carlos de Andrade, que propõe 365 dilemas existenciais, sociais, morais e políticos em forma de verso, ao mesmo tempo surpreendente e simples, capaz de impactar o mais leigo dos leitores.

O autor de “A Humanidade desgovernada”, Luiz Carlos de Andrade, é um baby-boomer legítimo, habilitado a falar, por experiência, desde temas do pós-guerra até aqueles que nos afligem nos dias de hoje. E não mede palavras na melhor tradição dos Andrade na literatura. Assim, os dilemas que apresenta no livro, na forma de perguntas, contemplam a mais completa atualidade bem como ecos do passado recente. Afinal, as certezas ou as incertezas da condição humana em 2020 não são exatamente datadas e assombram igualmente baby-boomers, e as gerações X, millennials e Z.

Aqui, vale ressaltar que o autor teve uma visão um tanto “profética”, pois os dilemas que compõem o livro, escritos antes da atual pandemia, são agora, mais do que nunca, atuais:
Vale quem se leva muito a sério,
Ou quem prefere ter critério?
Ou
Vale soar o alarme,
Ou é preferível manter o charme?
São questões como estas que se colocam diariamente à nossa frente, num momento em que nos deparamos com uma situação sem precedentes na história recente da humanidade.

Os leitores encontrarão no livro a possibilidade de responder aos dilemas e quiçá encontrar algum alívio, algum novo caminho, alguma descoberta no mais puro sentido psicanalítico da indução da solução.

O autor foi várias coisas na vida, de advogado a publicitário, mas reconhece-se como poeta e acredita no poder curativo da poesia. Como no verso “Vale a serenidade da varanda, ou o celular que comanda?” Ou “Vale a generosidade, ou a melhor casa da cidade?.

E por aí segue o livro nos 365 dilemas que ora apelam à leveza ora à acidez. Segundo Andrade: “a poesia, além de encantar, se presta à missão de tirar as pessoas do lugar”.

Nada mais definidor de “A Humanidade Desgovernada” do que a sua capacidade de impactar leitores e leitoras para além das zonas de conforto que anestesiam, tolhem, censuram, porém parecem agradáveis e seguras. Ainda conforme Andrade: “buscar a felicidade é saber amar a trajetória que, por natureza, acontece triste e alegre ao mesmo tempo”.

Para efeito de estilo, “A Humanidade Desgovernada” é um pouco de prosa, de ensaio e de filosofia, mas, sobretudo, um muito de poesia e boa subversão. O autor acredita que a poesia é uma espécie de terrorismo do bem! Que assim seja e que o livro possa aquecer ou irritar quem ousar a sua aquisição.

Sobre o autor:

Luiz Carlos de Andrade nasceu em São Paulo, SP. Bacharel em direito, mestre em ciência da comunicação (ambos pela Universidade de São Paulo) e pós-graduado em direito antitruste pela Samford University de Birmingham - AL, nos EUA.
Após uma bem-sucedida carreira em comunicação e publicidade, ingressou nas artes, com as seguintes realizações: autor e diretor da peça de teatro “No elevador, entre dois andares”, com temporada no teatro Ágora, São Paulo; roteirista e diretor das curtas-metragens “Cinzas Adolescentes” e “Cartas da FEB”, lançados na Cinemateca de São Paulo; autor dos livros: “Calça Justa, Homem Romântico, Mulheres Contemporâneas” (contos), pela editora Thesaurus; “Poemas de Atracação”, “Poemas de Arrebentação” e “Poemas de Arribação”, pela editora Patuá; “Mundo Corporativo – Memórias de Guerra” (crónicas) e “Novo Mundo – a Saga dos Imigrantes na Hospedaria do Brás” (teatro), pela editora Giostri; e “Chuva Fina” (haikais) pela editora Multifoco.

sábado, 11 de abril de 2020

Opinião :: Na Hora H | Agatha Christie

Título: Na Hora H
Autora: Agatha Christie
Editora: RBA Coleccionables
Ano: 2008 (1.ª edição de 1944)

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
O superintendente Battle, chamado a investigar o assassínio da velha, doente e mal-humorada Lady Tressilian, terá de encontrar a verdade no meio de um labirinto de pistas, verdadeiras e falsas, a que se misturam uma tentativa de suicídio falhada, uma estudante injustamente acusada de roubo e a vida amorosa de um famoso jogador de ténis. A bem da verdade, o superintendente Battle descobre que os acontecimentos aparentemente desconexos fazem parte de um intrincado plano criminoso.
 
Opinião:
Este foi o primeiro livro que li da saga do superintendente Battle, apesar de ter pegado no livro ao calhas e esperar que a história me surpreendesse.

Esta obra começa com episódios distintos, tais como uma tentativa de suicídio, a descrição do momento em que um homicídio é planeado e agendado e a reflexão sobre os crimes, que eles são sempre resultado de uma sucessão de acontecimentos e causas, dirigindo-se a determinada pessoa em determinado dia. De facto, a história em si começa passado todo este prólogo.

Nevile Strange, divorciado de Audrey Strange e casado segunda vez com Kay Strange, convidou a ex-mulher para passar uma temporada com eles na casa da sua tia, Lady Tressilian, no final do Verão. Um convite estranho (fazendo jus ao apelido dele), com o propósito de criar uma amizade entre todos, mas que só serviu para criar atritos. Com o culminar do assassínio da sua tia, aliado a uma morte estranha de um amigo dela, o ambiente tornou-se ainda mais pesado e o superintendente Battle e o seu sobrinho Leach entraram em acção.

Ao longo da leitura, fui desconfiando de algumas personagens. No entanto, tal como Agatha Christie me tem habituado, a história leva sempre uma reviravolta e todas as desconfianças viram para outra pessoa num ápice. E o final foi bem intrincado!

O que mais gostei foi da importância de todos os detalhes ao longo da história; por mais discrepantes que possam parecer, todos eles têm alguma coisa em comum ou poderão vir a cruzar-se mais no final. Gostei também da menção de Battle ao inigualável Hercule Poirot; este poderia ter sido um caso ideal para as suas mãos!

Gostei muito desta obra de Agatha Christie. Vale bem a pena!

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Campanha :: #LERÉPODER 2020

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sábado, 4 de abril de 2020

Livro recebido :: "Coma"

Título: Coma
Autor: Robin Cook
Editora: Bertrand Editora
Ano: 2019

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Sinopse:
Nancy Greenly e Sean Berman, internados no Boston Memorial Hospital para pequenas intervenções cirúrgicas de rotina, são vítimas da mesma terrível e inexplicável tragédia na mesa de operações. Entram em coma.
Lutando contra o desprezo dos seus colegas e da classe médica, Susan Wheeler, estudante de medicina do terceiro ano, começa a investigar por sua conta e risco as causas por trás destes comas alarmantes.
A sua investigação irá conduzi-la a uma verdade estarrecedora. E agora é a sua vida que está em perigo…

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Opinião :: Até Sempre, Meu Amor | Lesley Pearse

Título: Até Sempre, Meu Amor
Autora: Lesley Pearse
Editora: Edições ASA
Ano: 2019

Comprar: Bertrand | WOOK

Sinopse:
Morena e de sorriso cativante, Ellie é uma jovem doce e generosa. As suas origens humildes são denunciadas apenas pelo sotaque pois a sua graciosidade e elegância são naturais. O teatro fascina-a desde sempre.
Bonnie é completamente diferente. Dona de uma beleza estonteante, com longos cabelos loiros e olhos de um azul intenso, é mimada e egoísta. Nada nem ninguém, decidiu cedo na vida, a irá impedir de realizar os seus sonhos.
Os caminhos de ambas cruzam-se quando, após terem sido seduzidas por dois aviadores americanos no final da II Guerra Mundial, resolvem unir os seus talentos e lutar por uma carreira em palco. São mulheres de mundos opostos, mas estão irremediavelmente unidas pelo mais terrível dos segredos...
Com a Londres do pós-guerra como pano de fundo, Até Sempre, Meu Amor pinta um retrato do mundo glamoroso e implacável do teatro. A história destas jovens fala-nos de sacrifício e ambição, mas sobretudo de uma amizade capaz de resistir a todos os obstáculos.

Opinião:
Este livro ficou-me marcado para sempre. Não foi o melhor livro que já li, mas a leitura dele acompanhou-me numa altura menos boa da vida. O livro é grande; são 750 páginas de muita história e é normal que demore a ser lido, mas desta vez levei um mês e meio para o ler. Cheguei a uma altura em que não lia por gosto mas sim para avançar nas páginas e ver se o acabava. Mas isso não quer dizer que não estivesse a gostar da história — pelo contrário.
 
Lesley Pearse brinda-nos com mais uma história decorrida nos finais da Segunda Guerra Mundial, na qual nos apresenta duas jovens totalmente diferentes. De início, conhecemos Ellie, uma menina que se viu obrigada a separar-se da mãe para ir viver com uma família de acolhimento (que não a acolheu da forma mais amistosa), numa altura em que Inglaterra vivia sob constantes ameaças. Mais tarde, conhecemos Bonnie, filha única de um casal que desejou aquela menina mais do que qualquer coisa e a mimou demasiado. Na altura da juventude, estas meninas conhecem-se e ficam grandes amigas.
 
Apaixonadas pela dança e pelo teatro, elas vivem aventuras e desventuras, alguns segredos e mentiras, e as diferenças entre elas muitas vezes entram em conflito, mas acabam por se apoiar sempre uma à outra.
 
Este romance centra-se então nestas duas amigas que, no final, fazem uma escolha muito difícil para cada uma se desenvencilhar do seu próprio problema. É possível o leitor pensar «Como é possível elas fazerem o que estão a fazer?», mas de facto acaba por ser um grande acto de amizade e de amor.
 
Pessoalmente, liguei-me muito às personagens, talvez por ter arrastado tanto tempo a leitura, mas também a história levou-me a imaginar a vida dos artistas daquela época do século XX. Lesley Pearse nunca desilude no relato detalhado do espaço, além de explicar a conjuntura social da época de uma forma cativante.
 
Este não foi o meu livro favorito da autora, mas é um dos que mais gostei. E espero que haja sequela, pois quero acompanhar a vida destas duas amigas.