Título: Fanny Hill
Autor: John Cleland
Editora: Verso da História
Ano: 2013 (1.ª edição de 1749)
Sinopse:
Assumindo a forma de um romance epistolar, Fanny Hill
narra a aventurosa vida da rapariga do mesmo nome. Após a morte dos
seus pais, quando ela tem apenas 15 anos, Fanny muda-se da sua pequena
aldeia para Londres, onde, enganada, acaba a viver num bordel.
A
rapariga passa por várias peripécias até conhecer Charles, um rapaz
nobre, jovem e belo, que a retira do bordel e com quem Fanny vai viver
um romance tórrido. Mas Charles vai desaparecer subitamente, deixando
Fanny grávida e de novo entregue à sua sorte...
Publicada
pela primeira vez em 1749, esta obra foi impedida de circular livremente
devido aos preconceitos da época. Não obstante, conheceu rapidamente um
grande êxito, tendo sido rapidamente traduzida para várias línguas.
Exemplo perfeito de uma novela erótica, Fanny Hill revela um fino estilo literário, assim como uma grande delicadeza na narração das situações mais escabrosas.
Opinião:
Avancei para a leitura deste livro sabendo apenas que era um clássico
escrito no século XVIII e, sendo erótico, iria encontrar muitas cenas de
sexo.
A história é contada pela própria Fanny Hill (cujo nome de
solteira era Frances), em forma de cartas, onde relata todo o seu
percurso e o que a levou a trabalhar num bordel. Nesses relatos, Fanny
não se poupa em pormenores de todas as suas experiências sexuais,
descrições essas que podem ser chocantes para quem for mais sensível. No
entanto, a riqueza de palavras e as metáforas são tantas que, por
vezes, o obsceno soa engraçado e torna a leitura menos pesada.
Na
minha opinião, a quantidade de detalhes sexuais foi demasiada; penso que
houve um exagero nessa parte, se bem que revela a experiência que Fanny
teve durante aqueles anos como partenaire. Além disso, houve uma
parte que revelou o ódio aos homens homossexuais daquela época, e que a
própria narradora mostrou ter, que causou em mim uma grande revolta.
Assim se vêem as diferenças culturais da época de então e da de agora.
Não obstante, gostei do lado mais romântico da história, em que Fanny se encontra apaixonada por Charles, fazendo-a valorizar o amor depois de tantas relações meramente sexuais sem o mínimo de sentimento.
O
final do livro foi inesperado e foi a prova de que este livro não é
apenas obscenidades. No final há uma grande moral acerca do Vício e da
Virtude, na qual se enaltece o valor deste último.
Foi um bom livro,
muito bem escrito, mas que, além de ser aconselhado só a pessoas
adultas, não vai ser certamente do agrado de todos.
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