Título: Marta
Autor: PJ Vulter
Editora: Coolbooks
Ano: 2017
Sinopse:
Peixelim,
verão de 1972. Todos se preparam para as festas da Vila e Teresa
aguarda, ansiosa, o reencontro com os primos, Maria Alva e Rodrigo.
Teresa sempre viveu sob a sombra de Marta, a irmã que nunca conheceu,
falecida 20 anos antes. Ao completar 16 anos, tudo piora. De repente,
Marta parece ressuscitar para a atormentar ainda mais. Ela era uma
assombração para toda a família, mas, inexplicavelmente, nunca se falava
dela.
Toda a esperança de Teresa estava naquele alento que os primos lhe
davam, nas festividades. Mas, nesse ano, nem eles conseguirão valer-lhe;
Marta, e tudo o que ela significa – seja lá isso o que for –, está de
regresso para atormentar a sua vida.
Marta leva-nos aos últimos tempos do Estado Novo e ao clima de
suspeição e opressão reinantes. Este belíssimo romance retrata um modo
de vida que para a maioria dos jovens de hoje nunca existiu, mas é parte
da nossa História recente… E é bom lá voltar, de vez em quando, para
sabermos dar valor à liberdade que temos.
Opinião:
A sinopse deste livro deixou-me realmente interessada nesta história, mas, não sei bem porquê, senti que o mesmo não iria surpreender-me ou ser um livro excelente; talvez tenha sido por causa do número relativamente reduzido de páginas, tendo em conta o mistério envolvente. No entanto, desde o início quis conhecer a verdadeira história de Marta.
Em Marta, viajamos até aos anos 50 e 70 do século passado, décadas que viram nascer as irmãs Marta e
Teresa, que nunca se conheceram mas que estiveram sempre ligadas.
Teresa, agora com 16 anos, vive mais do que nunca assombrada pelo
fantasma da irmã, bem como a família que a conheceu e presenciou o seu
trágico fim. À custa desse acontecimento, Teresa está infeliz e teme que
o seu futuro esteja condicionado, mas os seus primos são o seu grande
apoio e farão de tudo para a ajudar. Mas, afinal, a grande questão que
se coloca é: o que aconteceu a Marta? Por que razão morreu ela tragada
por uma onda?
Durante toda a leitura tive essas questões sempre presentes e o certo é
que nunca mais encontrava as respostas... Mas fui ficando a conhecer
mais pormenores da família e de algumas personagens essenciais à trama,
tendo sempre presente a falta de liberdade de expressão que se fez
sentir na altura. De facto, este livro é um excelente retrato da
ditadura salazarista e, por vezes, custou-me acreditar que aquelas
situações se passaram há pouco mais de quarenta anos (em plena
juventude dos meus pais!).
De volta à história, acho que ela foi relatada com pouco detalhe e
desenvolvimento, bem como as personagens mereciam ser mais bem
conhecidas. Apesar disso, gostei do enredo e das pessoas envolvidas,
principalmente da Teresa e dos primos Maria Alva e Rodrigo, pois
representam bem a geração da mudança que lutou pela liberdade do país.
Honestamente, já perto do final e ainda sem saber o que se passara com Marta, comecei a ficar desiludida com o livro. No entanto, o
mistério permanente culminou com um final inesperado, completamente
surpreendente: não esperava mesmo aquele desfecho. Por isso, este livro
subiu na minha consideração.
Apesar de breve, aqui está um bom livro para os que gostam de mistérios e sempre sob a opressão do Estado Novo.
Não conhecia o livro, mas parece-me intrigante e gosto de finais inesperados! =)
ResponderEliminarMRS. MARGOT