domingo, 30 de setembro de 2018

Opinião :: A Metamorfose | Franz Kafka

Título: A Metamorfose
Autor: Franz Kafka
Editora: Cardume Editores
Ano: 2017
 
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Sinopse:
Franz Kafka (Praga, 1883 – Viena, 1924), escritor checo de língua alemã, é um dos romancistas mais perturbantes do século XX e um dos que mais influenciaram toda a literatura moderna. Os seus livros retratam-nos a sensação de claustrofobia e impotência do homem moderno perante a realidade absurda e labiríntica que o envolve e as forças exteriores que escapam ao seu controlo.
 
De entre os seus livros destacam-se Carta ao Pai (1910), O Processo (1925), O Castelo (1926) e este A Metamorfose (1915), obra extraordinária, que nos conta a história de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante que suportava financeiramente a sua família e que certa manhã se viu transformado num insecto. Impossibilitado de ir para o trabalho e incapaz de comunicar com os seus familiares, Gregor Samsa vai tornando-se um peso insuportável para estes e sendo relegado para uma situação de marginalização. Narrativa simbólica, A Metamorfose reflecte sobre a angústia individual, a solidão e a desesperança humana.

Opinião:
Li esta obra em poucas horas, num dia em que passei algum tempo em viagem. A sinopse faz um sucinto resumo do que trata a história, pelo que não vejo necessidade em resumir à minha maneira.
 
A minha leitura foi breve mas compenetrada, sendo que achei curiosidade em saber como aconteceu esta estranha metamorfose. Senti uma grande inquietação ao perceber a impotência de Gregor Samsa vendo-se preso noutro corpo e na incapacidade de seguir com a sua vida normal, além da perda que teve da ligação familiar.
 
Este livro lê-se bem e a escrita é leve e acessível; porém, o sentimento de angústia e desespero é o que mais prevalece, e isso pode ser um pouco desconfortável. Ainda assim, a história passa boas mensagens morais, como por exemplo a valorização da nossa vida, do corpo e das relações que temos com as pessoas, pois não sabemos como será o amanhã... Mas espero não me transformar num insecto como Gregor! 😂

sábado, 22 de setembro de 2018

Opinião :: O Misterioso Caso de Styles | Agatha Christie

Título: O Misterioso Caso de Styles
Autora: Agatha Christie
Editora: RBA Coleccionables
Ano: 2008 (1. ª edição de 1920)
 
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Sinopse:
Uma viúva rica, Emily Inglethorp, casou com um homem vinte anos mais novo. A família pensa que ele apenas quer dar o golpe do baú... Uma noite, a velha senhora morre depois de terríveis convulsões e demonstra-se que foi envenenada com estricnina. Mas... por quem?
 
Um misterioso testamento destruído, os cacos de uma chávena de café, uma mancha de cera e um canteiro recém.plantado com begónias... A isto se resumem os indícios, na realidade muito pouco para outro que não o genial detective belga Hercule Poirot.

Opinião:
Mais uma excelente obra de Agatha Christie, desta vez com o único Hercule Poirot! A história foi contada pelo seu amigo Hastings, que esteve hospedado em Styles aquando do crime. Foi por mero acaso que Hastings encontrou Poirot nas redondezas e, assim, acabaram por investigar o caso.
 
Segui o mistério com muita curiosidade e fui igualmente tentando tirar as minhas conclusões, se bem que foi muito difícil! Achei interessante o facto de irem aparecendo esboços e reproduções de várias pistas ao longo do livro, pelo que ajudou a entender certas explicações e também a ganhar vontade de descobrir tudo.

 
Gostei de conhecer as personagens, mas gostei ainda mais de conhecer o ambiente onde tudo decorreu e de imaginar o casarão antigo, os jardins arranjados, as decorações e o estilo inglês. Admito que estou cada vez mais fã dos costumes dos inícios do século XX!

Poirot foi, sem dúvida, a personagem mais cativante e que mais vida deu à narrativa, pela sua peculiaridade e rapidez em deslindar o caso.

Foi mais uma óptima leitura graças a Agatha Christie!

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Opinião :: As Pupilas do Senhor Reitor | Júlio Dinis

Título: As Pupilas do Senhor Reitor
Autor: Júlio Dinis
Editora: Círculo de Leitores
Ano: 1992 (1. ª edição de 1867)
 
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Sinopse (retirada da Internet):    
As Pupilas do Senhor Reitor, um romance de Júlio Dinis publicado em 1866, conta a história do regresso de um jovem inconsciente à vila onde nascera. Uma vez aí chegado, apaixona-se pela noiva do irmão, o que desencadeia uma série de peripécias. As aventuras amorosas de Daniel chocam com a vida de duas órfãs, Clara e Margarida, entregues aos cuidados do reitor da aldeia. Em suma, As Pupilas do Senhor Reitor traduz a vida rural portuguesa da época.
 
Um livro escrito com a simplicidade de estilo e o realismo de representação, que caracterizam a obra de Júlio Dinis, e recheado de situações imprevistas e de grande intensidade dramática. 


Opinião:

Este foi o primeiro livro que li de Júlio Dinis, sendo que foi uma descoberta tanto da história como da escrita do autor.

No livro, o escritor começa por nos apresentar José das Dornas, lavrador, que tinha dois filhos: Pedro e Daniel. Estes dois criaram ligações com duas irmãs, Clara e Margarida, que sendo órfãs, foram educadas e ensinadas pelo velho Padre António.

A história decorre durante a juventude de Daniel e de Margarida e mais tarde quando eles já estão na casa dos vinte anos. Nestes períodos, vemos como os irmãos conheceram as irmãs, que caminhos seguiram e como o destino os levou a aproximarem-se, havendo uma ou outra desavença pelo meio.
 
Logo no primeiro capítulo, fiquei surpreendida com o modo de Júlio Dinis a contar a história: usando ironicamente palavras caras e quase como se estivesse ao nosso lado a falar! E o próprio enredo também me cativou. Adorei conhecer o ambiente das personagens e ver a ligação que todos foram criando, sendo que, nesse aspecto, o reitor teve um importante papel.
 
No final, achei um belo romance que me fez sonhar com as paixonetas de infância e que, com muita sorte, regressam na vida adulta. Além disso, devo dizer que o livro está cheio de humor; e aqui menciono o capítulo 24, pois deixou-me perdida de riso do início ao fim! 😂 E também outros excertos e diálogos me fizeram rir muito! Adorei!
 
Quem já leu este clássico? Se não leram, deveriam fazê-lo! 😉

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Livro recebido :: "Vita Apparatus"

Viva! Este é o mais recente livro que adicionei à minha estante: Vita Apparatus, de S.F. Godinho. Estou realmente curiosa por conhecer este livro, pois a sinopse remete-me para alguns mistérios e a uma viagem pela mente humana, mas não sei bem o que irei encontrar.
 
Já conhecem este livro?

Título: Vita Apparatus
Autor: S.F. Godinho
Editora: Flybooks
Ano: 2018

Sinopse:
Vita Apparatus conta como Yvo Amorim se tornou o próprio mistério.

Ao explorar o passado encoberto dos seus pais, descobre a existência de Vita Apparatus – a máquina da vida. A máquina onde mora um clone seu. Adormecido. Yvo decide ativá-lo, batizá-lo “Sombra” e incuti-lo de se ocupar com a parte desagradável da sua vida. O plano perfeito para Yvo. Desumano para Sombra.
 
Este é um romance sobre a luta da mente humana. A coragem do pensamento. A dignidade da ação. Mas, sobretudo, este é o romance sobre o fevereiro que durará para sempre.

domingo, 2 de setembro de 2018

Opinião :: O Espelho Quebrado | Agatha Christie

Título: O Espelho Quebrado
Autora: Agatha Christie
Editora: RBA Coleccionables
Ano: 2008 (1.ª edição de 1962)
 
Comprar: Bertrand | WOOK
 

Sinopse: 
A famosa estrela de cinema Marina Gregg decidiu adquirir a mansão de Gossington Hall em St. Mary Mead, a pacata aldeia onde também reside Miss Marple. Oferece uma grande festa de beneficência e a sua admiradora Heather Badcock bebe um cocktail e morre envenenada. Mas Miss Marple suspeita que o cocktail letal estava destinado a outra pessoa. E qual seria o motivo?

Opinião:
Peguei ao calhas neste livro e fiquei animada ao perceber que se tratava de um caso de Miss Marple. Já há bastantes anos, cheguei a ver alguns episódios desta personagem e achei-a sempre uma senhora encantadora e muito perspicaz.

Este livro em particular fala do mistério em volta da morte que ocorreu numa festa de beneficência organizada por uma actriz muito conhecida.

Voou a teia, flutuando para longe;
O espelho quebrou de lado a lado;
«Sobre mim se abateu a maldição»,
Exclamou a Dama de Shalott.

O acontecimento em destaque faz recordar este excerto de um poema de Alfred Tennyson, que aparece no início do livro e vai reaparecendo ao longo da narrativa.

O suspense vai crescendo à medida que se desvendam algumas pistas e, no meu caso, não consegui descobrir quem foi o assassino; aliás, o desfecho foi até bastante diferente do que imaginava. E isso foi bom!

Já estava à espera de encontrar um belo caso policial, na maravilhosa escrita de Agatha Christie, mas neste livro destaco um aspecto que achei giro, que foi a menção de algumas mudanças na sociedade, tanto na evolução das urbanizações como também no surgimento dos electrodomésticos (que causam alguma confusão à querida Miss Marple!).
 
Foi um livro viciante que não me deixou descansada até chegar à conclusão!