domingo, 5 de junho de 2016

Opinião :: Facas e Anjos | Carlos Pessoa

Título: Facas e Anjos
Autor: Carlos Pessoa
Editora: Círculo de Leitores
Ano: 2000

Sinopse:
Neste livro, a vida de um rapazinho chamado João confunde-se com o mundo do circo. Depois de passar pelo Colégio Militar, João foge de casa, recusando-se a seguir as pisadas do pai, militar de carreira. Junta-se então ao circo.
 
Sem mãe, longe da figura austera do pai, João encontra em Catita uma espécie de segundo pai. Rejeitado a princípio, João acaba por ser adoptado por Catita, o maior palhaço do mundo. É com ele que João aprende as grandes lições da vida e, também, o ofício de palhaço.
 
O encontro de João com o circo marca o encontro de João com Dolores. Pode não ter sido amor à primeira vista, mas é amor que os dois sentem um pelo outro. Dolores é trapezista. Miguel é o filho que nasce da ligação entre o aprendiz de palhaço e Dolores...
Facas e Anjos é uma fábula dos nossos dias, cheia de personagens reais, marcada por encontros e desencontros.

Opinião:
O título do livro e a imagem da capa dão-nos logo a ideia da presença do circo na história. O certo é que este elemento está presente na vida de João desde tenra idade nos seus sonhos, sem ele nunca imaginar que viria a ser a sua casa, a sua vida. Tendo vivido a sua infância e adolescência sob a educação austera e pouco afectiva do pai, João foge de casa aos 18 anos e pára por acaso no Circo Soledade Cardinali. É aí que constrói a sua vida e ganha uma família: apaixona-se pela trapezista Dolores e têm um filho, Miguel; recebe também ensinamentos de vida e de ofício do palhaço Catita, tornando-se este num pai para João.
 
No entanto, os problemas começam a surgir na sua vida e, com a fuga de Dolores e a morte de Catita, João acaba por cuidar do seu filho praticamente sozinho, contando também com a ajuda dos colegas circenses. João escolhe educar Miguel de forma diferente daquela que o seu pai adoptou com ele, dando-lhe mais liberdade e carinho, mas por vezes repreende-o com mais rigidez e, ao lembrar-se do pai, arrepende-se. Esta história é, de facto, marcada por arrependimentos, por parte destas e de outras personagens em vários momentos. Também a relação entre o sonho e a realidade da vida é abordada, quer por João quer por Miguel.
 
Achei um romance interessante, com aspectos relevantes sobre a nossa sociedade e gostei do facto de o final da história não ser aquele que eu esperava, que me surpreendeu.

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