domingo, 25 de setembro de 2016

Opinião :: Gabriela, Cravo e Canela | Jorge Amado

Título: Gabriela, Cravo e Canela
Autor: Jorge Amado
Editora: Planeta de Agostini
Ano: 2002
 
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Sinopse:
Essa história de amor – por curiosa coincidência, como diria dona Arminda começou no mesmo dia claro, de sol primaveril, em que o fazendeiro Jesuíno Mendonça matou, a tiros de revólver, dona Sinhazinha Guedes Mendonça, sua esposa, expoente da sociedade local, morena mais para gorda, muito dada às festas de igreja, e o dr. Osmundo Pimentel, cirurgião-dentista chegado a Ilhéus há poucos meses, moço elegante, tirado a poeta. Pois, naquela manhã, antes da tragédia abalar a cidade, finalmente a velha Filomena cumprira sua antiga ameaça, abandonara a cozinha do árabe Nacib e partira, pelo trem das oito, para Água Preta, onde prosperava seu filho.

Opinião:
Creio que toda a gente já ouviu falar em Gabriela, Cravo e Canela, quer tenha sido pela novela transmitida na televisão ou simplesmente por ser uma das mais aclamadas obras de Jorge Amado. Como nunca vi a novela (que já teve uma adaptação há poucos anos, pelo 100.º aniversário do nascimento do escritor), decidi conhecer a história lendo o livro.
 
A acção desenrola-se em Ilhéus, uma terra no interior da Bahia, em 1925, altura em que imperava a produção de cacau, via-se um crescimento na cidade e se notavam, mais lentamente, mudanças nos costumes da sociedade, pois ainda se pensava de forma retrógrada e se fazia justiça pelas próprias mãos.
 
Nesta terra vive Nacib, brasileiro nascido na Síria, onde é dono de um bar e, com a necessidade urgente de arranjar uma cozinheira, desloca-se ao mercado dos escravos e encontra Gabriela, uma mulher simples, humilde, sorridente e trabalhadora. O amor surge cedo entre eles, mas devido às suas diferentes origens, a sua história passará por algumas dificuldades.
 
Além do romance entre estas personagens, encontramos fazendeiros, jagunços, mulheres de elite e mulheres da vida que dão vida ao livro com amores e ódios, traições e vinganças, casos políticos e até momentos de cultura, tendo sempre em vista o progresso. Neste aspecto dou destaque a Malvina, uma jovem que decidiu partir sozinha para outra cidade e refazer a sua vida, sem se limitar às exigências de um homem.
 
O livro superou as minhas expectativas. Como já li algumas obras de Jorge Amado, já me habituei à sua escrita e até passei a gostar mais. Acho que o que me de fez demorar a ler o livro todo ainda foi o português do Brasil e a sua gíria, mas perante esta história de tempos idos tão cativante, não me importei do tempo que levei a ler, pois foi muito bem gasto!

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